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Esporte recém-criado, stand up paddle cai nas graças dos brasilienses



Nos últimos cinco anos, o stand up paddle caiu nas graças dos brasilienses e os praticantes, com suas pranchas, passaram a disputar espaço no espelho d;água da capital com lanchas e veleiros. Muito antes do acidente que tirou a vida de Rafael Alves, o Corpo de Bombeiros e a Marinha do Brasil já haviam manifestado preocupação em relação ao SUP. Embora o assistente de funerária seja o primeiro a morrer enquanto remava sobre uma prancha, há registros de socorristas que tiveram de atender pessoas que passaram mal ou sofreram alguma lesão após se desequilibrarem. Como o esporte é recém-criado, as autoridades não sabem ao certo como orientar os praticantes do SUP.

Quem define as regras são os próprios empresários que alugam pranchas. Os equipamentos e as aulas podem custar até R$ 70 por hora. Especialista no assunto, o preparador físico e um dos pioneiros do esporte no DF Cristiano Monte explica que as normas de segurança devem ser seguidas. ;É necessário utilizar o colete salva-vidas ou usar o strap (corda que prende a prancha ao tornozelo do surfista). Se esse rapaz estivesse com a corda junto ao pé na hora que caiu, a prancha teria puxado ele de volta;, alertou. Além disso, o professor lembra que, para iniciantes, é essencial que um instrutor faça o acompanhamento durante toda a prática do SUP. ;Pode ser com uma prancha ou caiaque, mas tem que ter alguém perto para instruir;, complementou. Blusas com cores fortes ou fluorescentes também são indicadas para que os outros condutores do lago vejam com facilidade os que estão em cima da prancha.

No quiosque da loja Mormaii, no Pontão do Lago Sul, o número de pranchas é igual ao de coletes salva-vidas especiais, que devem ser usados por quem quer experimentar o novo esporte. Ao fazer o contrato de aluguel, o novato recebe 20 minutos de instrução em terra e 40 minutos de diversão na água sob a supervisão de Marcos Rafael Melo, instrutor de stand up paddle. ;A pessoa tem que saber nadar. Somente os especialistas e atletas com experiência em mar não usam o colete;, explica Melo.

Há dois anos praticando SUP, o engenheiro Lucas Soares, 33 anos, não abre mão da segurança. Ele já se sente preparado para conduzir a prancha sozinho, mas lembra que, em caso de sentir câimbra ou tontura, ou de uma marola mais forte, é o salva-vidas que vai garantir a segurança. ;No fim de ano, o vento é muito forte. Ontem mesmo, estava aqui no lago e senti as ondas bem pesadas;, afirmou.