Jornal Correio Braziliense

Cidades

Paralisação de enfermeiros da rede pública provocou engarrafamento gigante

Os enfermeiros da rede pública de saúde do Distrito Federal fizeram uma paralisação na manhã de ontem. Cerca de 300 pessoas se reuniram em frente ao Palácio do Buriti para reivindicar a incorporação de 100% da Gratificação por Atividade de Enfermagem (GAE). Durante a mobilização, que começou às 9h30 e durou quatro horas, quatro das seis faixas do Eixo Monumental foram fechadas, no sentido Rodoviária-Buriti, mas a Polícia Militar liberou uma delas, enquanto as demais permaneceram ocupadas pelos manifestantes. O ato provocou lentidão no trânsito e um congestionamento de aproximadamente 5km.

Os integrantes do movimento distribuíram bananas aos motoristas que passaram pelo local. Vestidos com jaleco branco e nariz de palhaço, exibiam faixas com frases de protesto e apitos. No início da tarde, o secretário de Administração Pública do Distrito Federal, Wilmar Lacerda, recebeu representantes do Sindicato dos Enfermeiros do DF. Segundo a presidente da entidade, Fátima Lemes, o governo afastou a possibilidade de incorporação da GAE para este ano. ;Não houve negociação. Eles disseram que só podem acertar alguma coisa a partir do ano que vem e isso para a gente não serve;, detalhou. ;Vamos só aguardar as 72h previstas na lei para instituirmos a greve;, acrescentou.

Sem previsão
A rede pública tem 3 mil enfermeiros. ;É proibido por lei que técnicos e auxiliares de enfermagem exerçam a profissão sem a presença de um supervisor, ou seja, de um enfermeiro. Por isso, se a gente parar, os demais serviços de enfermagem ; que representam 60% da força de trabalho da saúde ; ficam prejudicados;, relatou Fátima Lemes.

A manifestação em frente ao Palácio do Buriti terminou por volta das 13h30, quando as faixas foram desbloqueadas pelos manifestantes. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Administração, o GDF está perto de atingir o limite de gastos com pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Em função disso, não há previsão de reajustes salariais para o funcionalismo para esse ano. A assessoria informou que o GDF contratou, recentemente, 80 enfermeiros para reforçar o serviço na rede pública.