Jornal Correio Braziliense

Cidades

Esperança de punição rigorosa para responsáveis por acidentes no trânsito

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Com a aprovação do Projeto de Lei do Senado n; 48, familiares de vítimas da combinação de álcool e volante esperam punições mais rigorosas para motoristas bêbados. Muitos condutores nem sequer foram presos. A atual legislação dificulta a comprovação de que o condutor assumiu o risco de matar ao dirigir sob efeito de álcool. Foi com a alegação de homicídio culposo (sem intenção de matar) que o responsável pela morte de Giovanna Vitória de Assis, 5 anos, se livrou de uma pena mais grave.

A menina foi atropelada na faixa de pedestre da Avenida Independência, em Planaltina. Ela estava acompanhada da babá Francilda da Paz, que sofreu ferimentos, mas sobreviveu. O acidente ocorreu às vésperas do Natal de 2008. O motorista e professor de ensino fundamental David Silva da Rocha confessou ter bebido antes assumir a direção do Ford Ka, placa JIF 5846-DF. Ele acabou indiciado por homicídio doloso (com intenção de matar), no entanto, conseguiu a desclassificação do crime. Para a avó da criança, Valquíria Maria da Cruz, 50 anos, restou o sentimento de impunidade, assim como para toda a família. ;Eu pensei que ele ia responder por homicídio doloso porque, para mim, ele teve intenção de matar. David estava tão bêbado que não conseguia nem falar. Além de testemunhas, tinha um perito do Detran no local. Na minha cabeça, estava tudo comprovado;, desabafou Valquíria.

[SAIBAMAIS]A avó de Giovanna, entretanto, ainda não perdeu a esperança de ver os responsáveis por acidentes de trânsito com morte serem punidos mais severamente. ;Tiraram o direito de viver da minha neta. Fizemos muita campanha, caminhada, manifestação para que esse crime não ficasse impune, mas não podemos só pensar na gente. O que passamos, não desejamos para ninguém. Torço para que a pena aumente nesses casos.;

Banalidade

Ao contrário da família de Giovanna, o aposentado Paulo Menezes, 71 anos, não acredita que a Justiça seja feita nos casos de acidentes fatais, em que o condutor dirige alcoolizado. Ele teve três netos atropelados em abril de 2009, na calçada de casa, em Ceilândia. Eles tiveram diversas fraturas, mas, por sorte, escaparam da morte. O pedreiro Wiliam Martins Freire, então com 27 anos, por pouco não atingiu um bebê de 11 meses e uma mulher grávida de sete meses. ;Nesse país, essas coisas são banalidade. Lei tem um monte por aí, quero ver é alguém cumprir. O cara que atropelou os meus netos não passou nem meia hora na delegacia;, desabafou.

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