Os policiais civis do Distrito Federal, em greve há 11 dias, fizeram uma carreata na tarde desta quarta-feira (9/11) em frente ao Palácio do Buriti para pressionar o governo a negociar com a categoria. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), mais de 700 carros participaram da manifestação.
O ato, comandado por um carro de som, teve início no Departamento de Polícia Especializada (DPE), passou pelo Ministério do Planejamento e se concentrou no Eixo Monumental, próximo ao Palácio do Buriti. Os carros interditaram duas faixas da via por cerca de duas horas e chamaram a atenção com fogos de artifício.
Embora nenhum representante do GDF tenha entrado em contato com os manifestantes, o presidente do Sinpol-DF, Ciro José de Freitas, fez uma avaliação positiva da carreata. Os policiais marcaram para a próxima quinta-feira (10/11), às 15h, uma assembleia para discutir o posicionamento do governo. "Enquanto não tivermos uma resposta, a tendência é permanecer em greve. Não está nem na pauta de amanhã votar o fim da paralisação", afirma Ciro de Freitas.
De acordo com o presidente do Sinpol-DF, a carreata foi um ato de protesto contra a demora do governo na realização do acordo firmado em abril deste ano, que previa o reajuste salarial de 13% para os policiais, há três anos sem aumentos. "Nós suspendemos a última greve depois do acordo feito com o governador. Antes nós queríamos a reestruturação da carreira, mas concordamos com o reajuste e agora nós não aceitamos ouvir que não tem como", informa.
Sem aumento
O diretor-geral da Polícia Civil, Onofre José Moraes, disse na última segunda-feira (7/11) que não haverá reajuste para a categoria em 2011. Segundo o delegado, o aumento salarial depende de um aval do Governo Federal, que se mostrou contrário à reivindicação.
Onofre ressaltou que um edital para a contratação de 56 peritos foi publicado e acrescentou que está no cronograma de 2012 a realização de concurso para agentes, delegados e escrivães. Em reunião na segunda-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no DF se ofereceu para intermediar as negociações entre a categoria e o GDF.
No programa semanal de rádio que foi ao ar na última semana, o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), afirmou que questões orçamentárias impedem novos acordos por reajustes salariais ainda este ano. "O governo tem limitações no orçamento e deve ter responsabilidade na aplicação dos recursos públicos" afirmou o governador.