A Polícia Federal enviou na manhã desta quarta-feira (9/11) um documento ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo ao órgão autorização para investigar o governador Agnelo Queiroz (PT). Se o STJ der a permissão, a PF vai se debruçar em apurar a veracidade do depoimento de um lobista que acusou Agnelo de receber propina na época em que o político dirigia a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Daniel Tavares é o protagonista de um vídeo entregue no início da noite de terça-feira (08/11) à superintendente da PF, Silvana Helena Vieira Borges. Na gravação feita pela distrital Celina Leão na casa de Eliana Pedrosa, o ex-funcionário da empresa de medicamentos União Química conta em detalhes como funcionava um suposto esquema de pagamento de propina da firma a Agnelo. Na ocasião, o delator apresenta um comprovante de transferência eletrônica indicando o repasse de R$ 5 mil para a conta de Agnelo. O governador confirmou o recebimento do dinheiro em 2008, mas afirma que foi para o pagamento de um empréstimo feito a Daniel.
Mas a versão contada às parlamentares foi desmentida pelo próprio denunciante. Em outro vídeo, divulgado pelo líder do PT na Câmara Legislativa, deputado Chico Vigilante, Daniel confirma a versão de Agnelo. Diz que é um amigo antigo do governador e que a transferência seria de fato a quitação de uma dívida. Em discurso na tribuna ontem, Vigilante acusa as colegas de terem tentado comprar o depoimento de Daniel Tavares por R$ 400 mil. As parlamentares reagiram à denúncia e levaram o primeiro vídeo gravado do lobista à PF.