O dia inteiro de negociações entre os operários que trabalham na construção do Estádio Nacional de Brasília e o Consórcio Brasília 2014, responsável pela obra, não foi suficiente para cessar a greve. Sem acordo, amanhã será mais um dia sem expediente no antigo Mané Garrincha. As negociações, no entanto, deverão continuar.
Na manhã de hoje, o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Mobiliária do Distrito Federal (STICMB), Raimundo Salvador da Costa Braz, afirmou ao Correio que os funcionários só voltarão a trabalhar quando as partes chegarem a um consenso.
Os três mil operários reivindicam melhorias de salários e de condições de trabalho (que envolvem alimentação, ajuda de custo para refeições, entre outros), implementação de planos de saúde e odontológico, melhor higienização do ambiente e limpeza mais adequada dos alojamentos e do refeitório.
Além disso, querem recesso de dez dias no fim do ano (entre Natal e ano-novo) e visita de familiares a trabalhadores alojados nas obras. "Com relação ao salário, queremos prêmio por produtividade, mais hora extra, que hoje é paga em 50% e a gente quer 75%", disse.
Em nota divulgada pelo Consórcio Brasília 2014, os patrões afirmam que as discussões voltaram ao ponto inicial e as medidas a serem tomadas estão sendo analisadas. Ontem os representantes do sindicato haviam concordado com a proposta do consórcio, que incluía suspensão imediata da paralisação. No entanto, hoje os operários rejeitaram o acordo e decidiram cruzar os braços até que todas as reivindicações sejam acatadas.
Obra não será prejudicada
Por ora, a Secretaria de Comunicação do Distrito Federal informou que o governo não se manifestará sobre o caso, uma vez que as empresas que compõem o consórcio é que são responsáveis, contratualmente, pelos trabalhadores. Segundo o Brasília 2014, o prazo de entrega das obras do Estádio Nacional não será prejudicado. Segue o cronograma e a data estimada para a conclusão é até o final de 2012.