Jornal Correio Braziliense

Cidades

Três ficam feridos durante a madrugada após confusões em duas boates

Duas confusões em casas de shows de Brasília motivadas por ciúme deixaram três pessoas feridas na madrugada de ontem. Os desentendimentos ocorreram em um estabelecimento do Setor Bancário Sul e outro no Núcleo Bandeirante. No primeiro, um homem de 29 anos foi preso pela Polícia Militar ao agredir um rapaz de 24 dentro do bar Calaf. A vítima teria elogiado a namorada do agressor, sem saber que ela estava acompanhada. Ao ouvir a cantada, o companheiro da moça jogou um copo de vidro no rosto da vítima.

Segundo o proprietário do estabelecimento, seguranças separaram a dupla e acionaram a Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O caso foi levado para a 5; Delegacia de Polícia (Área Central), mas os agentes não registraram Boletim de Ocorrência sob a alegação de estarem em paralisação. A reportagem do Correio foi informada por um agente da DP que o caso foi diferente. De acordo com o policial, o homem agredido teria ido ao banheiro e, sob efeito de bebida alcoólica, caiu e bateu o rosto no vaso sanitário, quando se cortou.

No Núcleo Bandeirante, um cabo do 25; Batalhão da PM foi preso após se desentender com outro policial militar e atirar dentro da Roda do Chopp. Duas pessoas que não tinham nada a ver com a confusão acabaram feridas ; uma com um tiro no pé e a outra, na perna.

O policial, identificado apenas como R.P.F., 41 anos, foi preso por um major que estava no local. Conforme a assessoria de comunicação da PM, o cabo responde a inquérito por tentativa de homicídio instaurado pela corregedoria da corporação. R.P.F. está detido no 19; BPM (Papudinha), em São Sebastião, onde deve permanecer até o julgamento. A prisão é destinada a policiais ou pessoas com nível superior que cometem crimes.

O caso também foi registrado na 11; DP (Núcleo Bandeirante), mas, até o fechamento desta edição, nenhuma testemunha havia prestado depoimento. Se comprovado o crime, o policial pode responder por lesão corporal ou tentativa de homicídio. Para a delegada-chefe da unidade, Selma Carmona, a conduta do cabo não foi compatível com a função que ele exerce de garantir a ordem pública. ;Vamos apurar a situação com toda a isenção, mas, na minha opinião, o que aconteceu foi um dolo eventual. Como uma pessoa dispara uma arma em um local cheio? É de uma irresponsabilidade tamanha;, destacou a delegada. Devido à paralisação da PCDF, também não foi feita perícia no estabelecimento, mas policiais estiveram no local e encontraram uma cápsula deflagrada.