Dois bandidos balearam um motoboy por volta das 11h30 de ontem na 504 Sul, em frente ao Banco Santander. Ariovaldo Rodrigues Lima, 33 anos, levou um tiro na coxa após sair da agência bancária e entrar em luta corporal com os criminosos que estavam em cima da moto dele (uma Yamaha Fazer preta, placa JIT-7191/DF) tentando ligá-la com uma chave falsa. Mesmo ferida, a vítima conseguiu correr e se esconder atrás de um carro. Pessoas que estavam no local gritaram por socorro e acionaram a polícia. Com medo de serem pegos, os ladrões fugiram para lados diferentes sem levar nada. Ariovaldo foi encaminhado pelos bombeiros ao Hospital de Base de Brasília (HBDF) e não corre risco de morte.
Testemunhas contaram ao Correio que o motoboy trabalha com entrega de documentos em bancos e repartições públicas. Segundo o colega dele Charles Soares, 30 anos, muita gente começou a gritar por socorro ao ver o homem ferido. ;Na hora que vimos aquilo, começamos a gritar e dizer que a polícia estava vindo, mas para eles (assaltantes) tanto faz. Quem trabalha é que corre risco;, reclamou.
Uma senhora que preferiu não se identificar não viu o momento em que o rapaz foi baleado, mas presenciou a fuga dos criminosos. ;Um homem moreno e de casaco preto fugiu em direção à W3 e o outro, de cabeça raspada e camisa amarela, foi pela W2;, contou. ;Gritei o tanto que pude e chamei a polícia. Eles se assustaram com os meus gritos e viram que não dava tempo de terminar o que tinham começado, porque eu acho que eles ficaram com raiva e queriam matar o rapaz;, acredita a senhora.
Ariovaldo comprou a moto há cerca de dois meses e paga prestações de pouco mais de R$ 400. Morador da Cidade Ocidental, a vítima tira do trabalho como motoboy em Brasília o sustento de casa. ;Ele comprou a moto para ver se consegue algo melhor. É uma vergonha o que acontece. A gente luta no dia a dia para poder viver e vem um bandido e quer levar tudo;, reclamou o motoboy Ozéias Carneiro, 32 anos.
Saidinha
O caso foi registrado na 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul). Segundo o delegado-chefe substituto, Cleidiomar Ferreira Mendes, em princípio, trata-se de tentativa de latrocínio, com pena prevista de 7 a 15 anos de prisão. Ele vai solicitar à agência bancária as imagens da câmera de segurança para tentar identificar os bandidos. Cleidiomar ressaltou a importância de as pessoas não reagirem diante de um assalto. ;A gente recomenda sempre que não reaja, mas infelizmente há casos em que a vítima age pelo ímpeto;, disse.
Embora não tenha sido o caso de ontem, nesta época do ano a Polícia Civil registra o maior número de assaltos em porta de bancos e comércios. Normalmente, os criminosos agem em grupo e de maneira rápida, para não chamar atenção. No caso de bancos, um dos bandidos costuma ficar dentro da agência, observando pessoas que fazem saques de valores altos, tanto nos caixas eletrônicos quanto nos guichês de atendimento. Em seguida, o olheiro passa as características da vítima para outro integrante da quadrilha que está do lado de fora da agência. Um terceiro é o responsável por agilizar a fuga. Ele fica dentro de um carro aguardando a atuação dos comparsas. As vítimas, quase sempre, são pessoas distraídas, idosas e desacompanhadas.
Colaborou Kelly Almeida