O Lago Paranoá, importante recurso natural e espaço de lazer de Brasília, vem se tornando alvo de agressões por parte daqueles que o utilizam. Em uma ação de limpeza e fiscalização, iniciada na última quarta-feira, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) flagrou mais de 40 pontos irregulares no local, onde ocorre captação indevida de água, lançamento de esgoto e de águas pluviais. Ontem, novas vistorias registraram outras violações. A ação é parte da Semana Lago Limpo, iniciativa da Adasa com foco em preservação ambiental e cidadania no DF.
Hoje, na sequência desse trabalho, alunos da rede pública farão a coleta de lixo nas margens do lago. Amanhã, durante o encerramento das atividades, serão promovidas oficinas de reciclagem de papel e garrafa pet, minicampeonato de canoagem, dinâmicas educativas e exposições. A programação envolve estudantes e voluntários e é aberta à comunidade em geral. Terá início às 8h e se estenderá até as 15h, no calçadão às margens do lago, próximo à ponte do Bragueto.
A utilização da água do Lago Paranoá é permitida em apenas três casos: abastecimento humano, geração de energia e lazer. Todas elas dependem de autorização da Adasa. Mesmo assim, as normas são desrespeitadas. Segundo o coordenador de Fiscalização de Recursos Hídricos da Agência, Marino Cândido de Oliveira, o lago está no limite da demanda, razão pela qual novas autorizações não podem ser concedidas. ;Vários clubes estão irregulares, porque pegam água das margens para irrigar gramados e lavar calçadas. Tem também as residências que jogam esgoto diretamente na água. Nosso objetivo é, justamente, combater isso;, esclareceu. Os responsáveis pelas irregularidades podem receber desde notificação até multas, cujo valor varia de acordo com a infração cometida.
Rebaixamento
Antes do início da limpeza e da vistoria pela Adasa, o Lago Paranoá precisou ser rebaixado em um metro. Com a diminuição do nível da água, grande parte do lixo depositado ficou exposta e também bombas submersas destinadas à sucção.
O presidente da Adasa, Vinicius Benevides, destaca: ;Não adianta trabalhar sozinho, precisamos de ajuda. A partir daí vem a conscientização. No caso do lixo, por exemplo, encontramos coisas inimagináveis na margem do lago. Desde pneus, bonecas, até sofás. O mais importante é inibir que isso ocorra. Quando a orientação não é o bastante, vêm as notificações e multas. Essa atividade conta com a ajuda da Marinha e do Corpo de Bombeiros;, informou.
Com a atuação dos alunos das escolas públicas na Semana Lago Limpo, iniciada hoje, a Adasa procura fazer uma grande limpeza no local. Os participantes percorrerão sete pontos considerados os mais poluídos do local, entre eles, a Praça dos Orixás, a nascente da Ermida Dom Bosco e a Prainha do Lago Norte. ;Eles farão a retirada e também a triagem, mas receberão instruções de como fazê-lo. Além disso, farão plantio de mudas no local, prática que também queremos incentivar;, explicou Camila Aida Campos, reguladora da agência.