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Filho de PM é o único suspeito do assassinato de taxista em Alexânia

Um jovem de 21 anos, filho de um sargento da Polícia Militar do Distrito Federal, acabou preso, na tarde de ontem, em Alexânia, município goiano a 90 km de Brasília. Adriano Lopes Pereira, de acordo com a polícia local, é o único suspeito da morte de Antônio de Moura Holanda, 59, conhecido como Patinha, que trabalhava há 42 anos como taxista na cidade. O crime ocorreu no último dia 10. ;Testemunhas o reconheceram. Ele não confessou, mas a versão dele é fantasiosa;, garante Carlos Antônio da Silveira, delegado titular da região.

Adriano está preso temporariamente no presídio de Alexânia, por decisão judicial. As investigações para indiciá-lo pelo crime de latrocínio ; roubo com morte ; duraram menos de 12 horas, tempo suficiente para que a polícia colhesse evidências que identificassem o suposto autor do crime. A ocorrência foi registrada às 11h30 daquele dia e a identificação do suspeito se deu por volta das 22h. A polícia o procurava desde a última sexta-feira, quando conseguiu o mandado de prisão temporária. Atraído à delegacia para que prestasse depoimento, o suspeito acabou detido.

Uma ação do pai do jovem, sargento do Centro de Inteligência da Polícia Militar, teria sido fundamental para que a polícia encaminhasse as investigações. ;Poucas horas depois do crime, o pai dele veio à delegacia fazer uma ocorrência de furto de uma pistola calibre .40, de uso exclusivo da polícia, o mesmo tipo da que foi usada na ação. Fomos à casa da família, conseguimos a foto do filho dele e, com ela, obtivemos o reconhecimento de algumas testemunhas;, afirmou Silveira. No fim da noite, tudo estava esclarecido. ;Não há dúvidas sobre a autoria;, certificou.



Omissão
Com ajuda de testemunhas, praticamente toda a ação do crime pôde ser recuperada. ;Ele pegou a arma do pai e pediu um táxi. Durante a corrida, anunciou o assalto e o motorista jogou o carro contra a traseira de um caminhão que estava estacionado na entrada do Posto Medalhão;, narrou o delegado. O crime teria sido cometido ali, a 10 km do centro do município goiano. ;Pessoas viram que ele saiu pela janela do carro, deu um tiro na cabeça do taxista, voltou, pegou a mochila e saiu correndo;, afirmou. Horas depois, o jovem estava no povoado de Igrejinha, a cerca de 20km do posto, onde ficou escondido por algum tempo, na chácara de um amigo, até ser buscado pelo pai, por volta das 20h.

A atitude do sargento está sendo investigada. ;Ele fez uma ocorrência de furto da arma, então as investigações continuarão para descobrirmos a responsabilidade do pai. Ele pode ter sido omisso ao guardar a pistola;, explicou o delegado Carlos Antônio da Silveira. Adriano ficará preso por 30 dias, período que pode ser estendido por mais um mês. Como o suspeito cortou o supercílio quando o táxi atingiu o caminhão, o exame de DNA realizado com o sangue encontrado no carro poderá ser usado como prova.

Segundo a polícia, falta esclarecer o que teria levado um jovem sem antecedentes criminais a cometer um assassinato. ;Levantamos a suspeita de que ele tinha uma namorada que exigia bastante dele, que não tinha emprego fixo. Nossa hipótese é de que o crime tenha sido realizado para que ele mostrasse poder aquisitivo;, ponderou Silveira.