Jornal Correio Braziliense

Cidades

Congresso vai debater a luta e os tratamentos contra o diabetes

Especialistas de diversas áreas se reúnem a partir de amanhã no XVIII Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes. O evento, que ocorre até sábado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, deve atrair 3,2 mil profissionais para discutir os últimos avanços no tratamento da doença. No fim do encontro, a população será convidada a tirar dúvidas sobre o assunto no fórum Diabetes: o que a população gostaria de saber. Pacientes e interessados no tema poderão conversar com endocrinologistas, nutricionistas e psicólogos de todo o país.

A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que mais de 20 milhões de brasileiros sofram da doença, que altera os níveis de glicose no sangue. Os médicos suspeitam, no entanto, que muitas pessoas atingidas pela enfermidade ainda não tenham sido diagnosticadas. ;Pelo menos 50% dos pacientes não sabem que têm a doença. Esse é o momento para os que sabem possuir fatores de risco se informarem a respeito da doença;, alerta a endocrinologista Denise Franco, que vem de São Paulo para participar do evento. Segundo a médica, quanto antes a pessoa receber orientações, menores são as possibilidades de complicações graves. ;Muitos só descobrem o diabetes quanto têm um infarto, um derrame ou os sintomas da doença. Queremos mostrar para a população que as complicações podem ser prevenidas;, afirma.

A publicitária Anelise Pinto, 25 anos, moradora da Asa Norte, garante ter se beneficiado em virtude do conhecimento que já tinha a respeito do diabetes quando soube que sofria do problema, aos 12 anos. Ela notou os primeiros sintomas ainda na infância, quando já convivia com o tratamento da irmã mais velha, também diabética. ;Eu tinha acabado de tomar um sorvete gigante, e passei mal. Como já tinha demonstrado todos os sintomas ; emagreci muito, tinha muita sede e dores de cabeça ;, fiz o teste em casa mesmo, com o equipamento da minha irmã. Depois, fomos ao hospital;, conta Anelise.

Além de ter que injetar insulina três vezes ao dia, ela ainda precisa visitar regularmente o médico para checar a saúde dos olhos, do sistema nervoso e do coração, áreas normalmente afetadas pela doença. Anelise diz estar totalmente acostumada com o estilo de vida de um diabético e afirma não ter dificuldades em controlar a alimentação e a medicação. ;Quem se controla é uma pessoa normal como todas as outras;, avalia a jovem.

Mal crescente
Em 1988, 7,6% da população brasileira sofria da doença. Mas segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), esse número deve ter aumentado nos últimos 20 anos. Baseados nesse índice e em números da Organização Mundial de Saúde, os especialistas estimam que 12% dos brasileiros tenham hoje a doença. Para a SBD, o crescimento tem sido influenciado pelos hábitos adotados pelo brasileiro: dieta rica em calorias e pobre em exercícios. ;Diabetes e obesidade andam de mãos dadas. Se não houver uma política de prevenção ao excesso de peso, esse aumento irá continuar;, alerta Hermelinda Pedrosa, coordenadora do evento e do Programa de Combate ao Diabetes no DF.

A forma mais eficiente de prevenção à doença, garante Hermelinda, é o cuidado com a nutrição e com a forma física. Ela ressalta que cidades como Brasília, com baixo índice de obesidade e alto número de pessoas que praticam exercícios, apresentam menos diabéticos. A SBD estima que apenas 5,4% da população brasiliense tenha a doença, ou seja, 138 mil pessoas. ;A mudança no estilo de vida reduz a evolução do problema em 58% dos casos. Brasília é favorecida pela grande quantidade de parques e pelo acesso aos medicamentos;, explica.

Programa-se
XVIII Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes ; de 19 a 22 de outubro
Fórum aberto ; Diabetes: o que a população gostaria de saber
22 de outubro, das 9h às 11h, Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Auditório Ruth Cardoso
Inscrições no local ou pelo site www.diabetes2011.com.br. Vagas limitadas.