A Secretaria de Saúde do Distrito Federal organizou para esta semana uma ação de saúde pública contra as chamadas doenças zoonóticas, tais como leishmaniose, dengue, hantavirose, leptospiroes e raiva identificadas na região administrativa do Varjão. A Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) informou que as ações, que começaram a ser tomadas na segunda-feira (17/10), seguem até o sábado (22/10).
O Dr. Laurício Monteiro, médico veterinário da Dival, disse que em um primeiro momento a secretaria fez uma campanha educativa. "Mostramos à população como evitar as doenças, formas de agir e visitamos as casas para passar todas as informações necessárias aos moradores do Varjão". Ele explicou também que caminhões do Sistema de Limpeza Urbana do DF (SLU) percorrerão a cidade para recolher todo o lixo que for encontrado. "São ações de manejo ambiental, no qual tomamos atitudes de combate às doenças e de educação para os moradores", diz.
Para o sábado, está marcada uma imunização de cães e gatos da região administrativa e durante toda a semana serão recolhidos animais que viverem nas ruas e que forem doados por donos. A vacina aplicada será a anti-rábica. "O objetivo é recolher tudo o que possa espalhar as doenças e diminuir os riscos de contaminação", completa o médico veterinário.
De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, foi registrado apenas um caso de leishmaniose na região. "No entanto, basta um cachorro contaminado para a doença se espalhar e começar um problema grande", finaliza Laurício Monteiro.
Doença preocupante
A leishmaniose é uma doença não contagiosa causada pelo protozoário Leishmania, que invade e se reproduz dentro das células do sistema imunológico da pessoa infectada. A doença pode se manifestar de duas formas: tegumentar ou cutânea e visceral ou calazar. A primeira é caracterizada por lesões na pele e pode afetar nariz, boca e garganta. A transmissão se dá por meio do mosquito felobomíneo, que se alimenta de sangue. Por serem muito pequenos, os insetos são capazes de atravessar mosquiteiros e telas. São encontrados em locais úmidos, escuros e com muitas plantas. O mosquito é o vetor e animais como cães e ratos podem ser os hospedeiros dos protozoários. Os sintomas variam de acordo com o tipo da leishmaniose, que deve ser tratada com o uso de medicamentos. Se não for devidamente acompanhada, a doença pode levar à morte.