A disputa por terras na região do Noroeste continua. Desde a quarta-feira (12/10), estudantes estão acampados no local para protestar contra a construção de prédios em uma área que os índios alegam ser um santuário. A empresa que vai realizar as construções demarcou a área onde será erguida a obra e faz a limpeza do terreno. Durante esta manhã, alguns estudantes alegaram ter sido agredidos, mas a informação não foi confirmada pela polícia.
Dilton Junqueira, diretor da Brasal, disse que a empresa detém a posse da área e que o trabalho das obras será feito de forma legal em um terreno que é da companhia. "Nós compramos o terreno da Companhia Imobiliária de Brasília [Terracap] por meio de edital e a área é nossa. Temos o memorial de incorporação registrado", disse. Segundo ele, a decisão da 11; Vara do Distrito Federal determina que a área indígena seja demarcada em 4,18 hectares, mas o estudantes contestam esta decisão.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) revogou a liminar que impedia a ocupação da região por parte das empresas. Baseada na decisão de 16/09 da 11; vara do DF, a empresa determinou que os operários começassem a trabalhar.
Como houve a demarcação dos territórios, os estudantes estão em uma região que não pertence à empresa, mas garantem que vão ficar por lá para protestar. Eles afirmam que vão pedir na Justiça o impedimento das construções.
Para o apoiador do movimento indígena, o antropólogo Rafael Moreira, a empresa comete infrações de ordens ambiental e social. "Além disso, não há emissão de posse e por isso a Brasal não pode construir na região", diz. Segundo a assessoria de imprensa da Brasal, o documento não é necessário porque a empresa já tem escritura, alvará de construção e memorial de incorporação.