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Universitários representam Brasília em competição nacional de aerodesign

Três equipes universitárias vão representar Brasília na competição de engenharia SAE AeroDesign, evento que avalia a eficácia - teórica e prática - de pequenos aviões cargueiros radiocontrolados construídos pelos próprios alunos. A competição anual acontece em São José dos Campos entre 20 e 23 de outubro.

No Distrito Federal, apenas a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Paulista (Unip) possuem grupos participantes do evento. Na UnB são duas equipes: Draco Volans - que participa da competição anual desde 2004 - e Plano Piloto, que compete desde 2009. A equipe Antonov representa a Unip desde 2008 e já participou duas vezes do evento.

As equipes são compostas de alunos de engenharia mecânica, mecatrônica e elétrica dispostos a aliar teoria e prática. O capitão da equipe Draco Volans e estudante de engenharia mecânica da UnB, Pedro de Souza, 20 anos, conta que o retorno das horas de trabalho gastas nas oficinas das universidades é o conhecimento e alguns "trocados" a menos na conta bancária. "A universidade oferece o espaço físico e um auxílio para a viagem da competição. Para bancar o projeto tiramos muita coisa do nosso bolso mesmo, mas o aprendizado vale a pena", explica.

A competição
O objetivo da competição é fazer estruturas leves capazes de levantar o máximo de peso possível. Aviões de cerca de 3kg podem suspender até 15kg de carga. As estruturas são feitas, geralmente, de madeira (balsa), fibra de carbono, PVC e até isopor. Estão inscritas para a disputa deste ano 97 equipes, oito delas de países latino-americanos vizinhos.

Os projetos elaborados e os aviões construídos pelos alunos podem concorrer em três categorias: Regular, Micro e Aberta. As classes são diferenciadas pela dimensão de uma ponta até outra da asa, restrições geométricas e exigências em relação ao motor utilizado. Em Brasília, as equipes Antonov e Draco Volans competem na categoria Regular. Os alunos da Plano Piloto participam na classe Micro.

As equipes são avaliadas pelo projeto - desenvolvido e apresentado a uma comissão - e em uma etapa prática, em que os aviões devem voar carregando cargas que variam de acordo com a categoria. De acordo com a SAE Brasil, os desafios impostos aos alunos são baseados em dificuldades reais enfrentadas pela indústria aeronáutica. As equipes campeãs das três classes ganham o direito de representar o Brasil na competição internacional SAE Aerodesign East Competition. As despesas da viagem das campeãs ao exterior são pagas pela empresa.



Saiba mais sobre as equipes do DF

Antonov
A equipe da Universidade Paulista (Unip) em Brasília conta atualmente com seis estudantes, todos de engenharia mecatrônica. O avião, feito basicamente de madeira, pesa cerca de 2,8kg e tem 3m de envergadura, de ponta a ponta da asa. Antônio Francisco Vieira Junior, 24 anos, é capitão da Antonov e conta a batalha da equipe na competição SAE AeroDesign: "Nós já tentamos participar de três competições. Em 2008 o avião quebrou e só participamos da parte de projeto. Em 2010 a equipe não participou por ser muito reduzida. Somente em 2009 competimos de fato", conta.

Draco Volans
Mais antiga equipe de aerodesing do DF, a Draco Volans foi montada em 2003 e é composta por 19 alunos de engenharia elétrica, mecânica e mecatrônica. A aeronave dos estudantes ficou na 24; posição na classe Regular em 2010. Competem na categoria cerca de 75 equipes.

O avião dos estudantes da UnB é feito de balsa - um tipo de madeira -, fibra de carbono e PVC. A estrutura pesa 3kg e, de acordo com o capitão Pedro de Souza, melhora a cada ano. "Temos que montar um avião por ano. Nesse ano a novidade está na evolução no processo construtivo, que possibilitou uma estrutura otimizada", diz, confiante.

Plano Piloto
A equipe que carrega o nome do projeto inicial de Brasília, representa a cidade na competição nacional desde 2009. Em 2010, a equipe alcançou o 9; lugar na classe Micro, em que competem cerca de 15 equipes. Na categoria os aviões não têm, ao contrário das classes Aberta e Regular, restrições geométricas e a equipe deve ser capaz de transportar a estrutura em uma caixa de 0,125m;. As aeronaves também não precisam obedecer padrões de motores estipulados pelo regulamento para outras categorias.

A Plano Piloto tem atualmente 12 integrantes e é composta exclusivamente por engenheiros mecânicos. O capitão da equipe, Paulo Henrique Marques de Oliveira, 23 anos, conta que, na categoria em que participa, as aeronaves devem ser ainda mais leves. "Nosso avião é feito de fibra de carbono e isopor. Ele deve carregar cerca de 3kg pesando apenas 350g", explica.