Jornal Correio Braziliense

Cidades

Parentes dos mortos em colisão no sábado pedem agilidade na investigação

As estatísticas que apontam o aumento exponencial dos acidentes de trânsito com morte não são capazes de ilustrar a dor e o desespero das famílias abaladas pela violência praticada ao volante. O Correio ouviu parentes de três das quatro pessoas que perderam a vida na madrugada do último sábado (Leia Memória), quando um carro bateu em uma árvore na Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), próximo ao viaduto de acesso à Candangolândia. A 10; Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante) investiga a hipótese de uma caminhonete ter fechado o Fiat Siena (placa JJH-3476) em que estavam as vítimas.

Abatida e com olhos inchados, a dona de casa Sidneilans de Sousa, 34 anos, ainda procura explicações para a morte repentina do marido, o empresário Marcelo Soares Barbosa da Silva, 37. Sem comer desde o sábado e com a voz embargada, a viúva contou à reportagem que o companheiro estava no carro com o primo Ranieri Barbosa Pinto, 31, para deixar o amigo Esonilson Clemente Marinho de Oliveira, 32, no Gama. Eles saíam de uma confraternização realizada em uma chácara no Núcleo Rural Rajadinha, em Planaltina. Marcelo deixou três filhos: Wender,17, Wendy, 13, e Welen, 9.

;A última pessoa que falou com o meu marido foi a nossa filha Wendy. Ela queria saber que a horas o pai chegaria em casa. Toda família está muito abalada. Marcelo era o meu melhor amigo, tudo para mim. Mesmo quando estava no serviço, a gente conversava o tempo todo por telefone. Éramos muito próximos. Quero que a Polícia Civil investigue tudo o que aconteceu;, desabafou.

Tio de Esonilson, o agente da Polícia Civil José Jair Marinho de Oliveira, 48 anos, está revoltado com a perda do sobrinho. Segundo Oliveira, os pais e a avó estão em estado de choque. Para o agente, não há dúvida de que um motorista ;irresponsável; fechou o carro das vítimas. Transtornado com a situação, o tio espera que o suposto culpado responda por homicídio doloso, quando há intenção de matar. ;Meu sobrinho não tinha três dedos da mão direita e trabalhava como mecânico. Ele deixou a esposa grávida de oito meses;, lamentou.

[SAIBAMAIS]Irmã de Ranieri, a professora Vanessa Barbosa, 33 anos, contou que os pais estão sem se alimentar desde o sábado. ;As pessoas estão perdendo o respeito pela vida. Os acidentes estão cada vez mais comuns. O governo precisa trabalhar os conceitos de educação no trânsito para melhorar a situação.