Jornal Correio Braziliense

Cidades

Bancários do DF iniciam greve e paralisam quase todos os serviços na região

Os bancários do Distrito Federal aderiram à greve nacional da categoria nesta terça-feira (27/9). Quase todos os serviços estão paralisados na região. Apenas os funcionários do Banco de Brasília (BRB) não se juntaram ao movimento. A decisão foi tomada após os trabalhadores se reunirem nesta segunda-feira (26/9) na Praça do Cebolão, localizada no Setor Bancário Sul (SBS). "É uma resposta da categoria contra a intransigência da Federação Nacional dos Bancos [Fenaban], que se negou a apresentar uma proposta decente aos trabalhadores", informa a assessoria do sindicato.

Além da assembleia desta segunda-feira, há outra marcada para esta terça-feira (27/9), a partir das 17h, também na Praça do Cebolão, localizada em frente ao edifício sede I do Banco do Brasil, "para avaliar os rumos do movimento", informa o Sindicato dos Bancários.

A paralisação começou a ser desenhada na sexta-feira (23/9), quando a Fenaban apresentou uma contraproposta de correção de 8% nos vencimentos. Como a disposição dos patrões está aquém dos 12,8% exigidos pelos trabalhadores, o comando de greve, localizado em São Paulo, orientou os sindicatos a deflagrarem a paralisação. No Distrito Federal, mais de 2 mil empregados de instituições financeiras, presentes em assembleia, resolveram cruzar os braços. A decisão deve ser seguida pelo restante da categoria, a exemplo do recém-criado sindicato que representa os funcionários no entorno, com sede em Luziânia.

O gerente-geral do sindicato dos bancários no Distrito Federal, Lindomendes José de Almeida, afirmou que a greve servirá para expor à população os problemas que a categoria enfrenta no exercício da profissão. "A sociedade tem que saber que os bancários trabalham sobre forte pressão, sendo obrigados a atingir metas desumanas, sofrendo todo tipo de assédio moral, além de lutar contra a precarização da carreira", defendeu.

Além do reajuste salarial, os funcionários pedem aumento da participação nos lucros e o fim da abertura de correspondentes bancários, processo que a categoria classifica como uma forma de terceirização ;com a finalidade de contratar trabalhadores sem pagar os direitos previstos na convenção coletiva; do setor. A Fenaban considerou a proposta ;fora de propósito; e orientou os clientes a buscarem os canais alternativos de atendimento.

Em Brasília, há 26 mil trabalhadores do chamado ramo financeiro, que agrupa os bancos, as financeiras e cooperativas, por exemplo. Atualmente, cerca de 17,5 mil pessoas são sindicalizadas.

Atendimentos

O Sindicato dos Bancários de Brasília afirmou que somente os serviços nos terminais de auto-atendimento estão disponíveis à população nas agências que aderiram à greve. Entre eles,
transferência de dinheiro, retirada de extratos e saques. O número de unidades participantes da paralisação ainda não foi divulgado. O brasiliense que precisar ir às agências não conseguirá receber atendimento, ser instruído, ou qualquer ação que necessite de um funcionário do banco de forma presencial. Os seviços de internet funcionam normalmente.


Com informações de Jorge Freitas.