Jornal Correio Braziliense

Cidades

Servidores da Agefis envolvidos em esquema de corrupção serão exonerados

Os quatro auditores fiscais da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) envolvidos no esquema de corrupção serão exonerados dos cargos de chefia e afastados das atribuições. O órgão divulgou a decisão por meio de nota nesta segunda-feia (26/9). Como parte da resolução, a instituição irá praticar ações imediatas como instaurar sindicância - processo de investigação interna - e inspecionar a Agefis de Ceilândia. Os mecanismos de controle da ação fiscal também serão revistos.

O esquema foi descoberto após denúncia, com a Operação Acton, da Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco). O esquema envolvia auditores fiscais da Agefis, empresários e grileiros. Os servidores da Agefis são: Amarildo Endlich Pedro, 46 anos, Moises de Carvalho Lima, 38, Carlos Alberto Oliveira Costa, 56, e Erondes Alves da Silva, 49.

Os outros envolvidos são: os empresários do ramo da construção Reynaldo Wagner Taveira, 51, e José Volteir de Oliveira Rios, 53, os grileiros e parceladores de terra Antônio Emilson Soares, 54, Cláudio Raider Simões, 34, Carlos Eduardo de Andrade Muniz, 39, que é soldado do Corpo de Bombeiros, José Benedito Lustosa Rocha, 50, Leonidas Alves Santana, 52, e Antônio Carlos de Andrade, 40. O último, que tem a função de grileiro, ainda não foi localizado. Todos foram detidos na última sexta-feira (23/9).

Liberação por propina

Segundo o diretor da Deco, Márcio Araújo Salgado, os quatro servidores liberavam a construção de imóveis em locais irregulares, invasões de áreas públicas e parcelamentos irregulares de solo, principalmente em Vicente Pires e Ceilândia. Áreas como os condomínios Por-do-Sol e Sol Nascente e Colônia Agrícola Samambaia eram os alvos preferidos pelos acusados. O esquema existia há pelo menos um ano. "Após o pagamento de propina, eles chegavam a mudar o endereço das derrubadas, além de antecipar aos empresário os dias em que as operações do órgão seriam realizadas. De acordo com o diretor, o valor da propina dependia do tamanho do imóvel e variava entre R$ 5 mil a R$ 10 mil.

[SAIBAMAIS]Apreensão
Cerca de R$ 50 mil em dinheiro e R$ 500 mil em cheques foram apreendidos pelos agentes, além de computadores contendo informações do crime, documentos, como mapas de terrenos, faixas de anúncio de terrenos e um cofre pertencente a um dos empresários. Pelo menos 200 cheques provenientes dos parcelamentos de terra foram encontrados em posse do soldado do CBDF.

Crime

Os envolvidos responderão por formação de quadrilha, corrupção, concussão e violação de sigilo funcional, advocacia administrativa e inserção de dados falsos em sistema de informações. A prisão preventiva tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada.