O Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) organizou uma manifestação na manhã desta segunda-feira (19/9) em frente à 16; Delegacia de Polícia, responsável pela região de Planaltina-DF. De acordo com a diretora do Sinpro, Nilza Cristina Gomes, os professores decidiram protestar após a orientadora educacional do Centro de Ensino Fundamental 4 de Planaltina, Adriana Barretos, ser presa na última quinta-feira (15/9).
Segundo a diretora, os manifestantes foram recebidos pelo delegado, que ouviu o motivo do protesto da classe. "Não concordamos com a forma de conduzir o caso por parte dos policiais e resolvemos protestar. A conversa com o delegado foi tranquila, não houve problemas, mas alguns agentes nos trataram de forma desonrosa, com palavras de baixo nível e nos disseram que deveríamos deixar o local", critica.
Em nota, o Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) informou que seus representantes também foram à delegacia para contrapor a manifestação organizada pelo Sinpro. Para a polícia, a diligência até a escola foi um procedimento padrão e a orientadora pedagógica obstruiu as investigações se recusando a oferecer informações mínimas aos agentes acerca de uma testemunha que poderia levar à elucidação do caso investigado. ;Além disso, a orientadora desacatou e desobedeceu aos policiais civis no que culminou em lavratura de termo circunstanciado em desfavor da mesma;.
O Sinpol informou, ainda, que os agentes envolvidos no caso localizaram a menor após informações de amigos dela. ;Encontramos a menina exatamente na casa que a orientadora recusou a passar o endereço. Se houvesse o apoio da escola, o caso teria elucidação com muito mais brevidade;, ressalta a nota.
Entenda o caso
A orientadora educacional Adriana Barretos foi presa no começo da tarde da quinta-feira (15/9) por impedir que uma estudante fosse interrogada dentro da escola. Segundo Adriana Barretos, os policiais foram ao local para colher o depoimento de uma aluna sobre o desaparecimento de outra, que foi à aula no dia anterior, mas não havia voltado para casa. Com a intervenção, Adriana conta que os policiais pediram sua identificação e passaram a gritar que a ação da autoridade estava sendo impedida. "Eles me perguntavam quem eu achava que era e chegaram a me dar ordem de prisão", comenta. Com a solicitação de ser acompanhada até a delegacia, Adriana Barretos afirma que tentou pegar sua bolsa onde estavam todos os seus documentos, mas a polícia a teria impedido segurando-a pelo braço com força. "Fui em uma viatura para a delegacia e fiquei de 13h30 até 20h sem poder me levantar da cadeira. Os alunos assistiram a tudo", relata. Após prestar depoimento, ela assinou um termo circunstanciado de ocorrência e foi liberada em seguida.