Brasília - Bandeiras de arco-íris mudaram hoje (18/9) a paisagem de umas das principais avenidas de Brasília, na 14; edição da Parada do Orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros da cidade. A marcha começou a concentração por volta das 14h, mas só saiu depois das 17h. No momento em que os cinco trios elétricos começaram a se movimentar, cerca de 15 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, pediam o fim da homofobia nas escolas, tema da manifestação este ano.
Com o tema Reprovar a Homofobia, Lição de Cidadania, os manifestantes e simpatizantes da causa gay querem chamar a atenção para casos de bullying contra homossexuais nas escolas públicas e privadas.
O coordenador da parada, Wellton Trindade, diz que o preconceito tem levado muitos homossexuais a abandonarem as salas de aula. ;Estamos muito preocupados com a questão da violência psicológica e física, com a questão da evasão escolar, da qualidade de vida nas escolas. É preciso reunir professores, alunos e pais de alunos nessa discussão. A escola também tem que ser um lugar em que se ensina o respeito à diversidade.;
[SAIBAMAIS]Trindade também defendeu a retomada da discussão sobre o kit Escola sem Homofobia, do Ministério da Educação. Após pressão de grupos religiosos, o governo suspendeu a produção do material anti-homofobia que seria distribuído nas escolas. No Distrito Federal, uma parceria entre a organização não governamental Estruturação e o Sindicato dos Professores vai capacitar educadores para discutir a questão da homofobia nas escolas.
Em meio a multidão colorida que participa da marcha, faixas também pediam a aprovação do Projeto de Lei Câmara (PLC) 122/2006, que propõe a criminalização da homofobia e o fim da interferência religiosa no reconhecimento de direitos de homossexuais.
A coordenadora do núcleo de lésbicas da ONG Estruturação, Paula Ramos, disse que, mesmo sendo temática, a parada é uma oportunidade de trazer à tona outras demandas do movimento gay. ;Lutamos por uma causa única, que é o fim do preconceito.;
De acordo com a organização, cerca de 30% do público da parada é heterossexual, como o casal de estudantes Ícaro Sérgio e Janine Viana, que participa da marcha pela primeira vez. ;É importante apoiar a causa. A diversidade está aí, por que ser contra?;, disse Janine.