Jornal Correio Braziliense

Cidades

Estudantes permanecem acampados na reitoria da UnB pelo terceiro dia

Cerca de 300 estudantes do câmpus de Ceilândia da Universidade de Brasília (UnB) ainda permanecem acampados no prédio da reitoria da UnB, na Asa Norte, segundo o movimento estudantil. Eles ocupam o edifício há dois dias e reivindicam questões ligadas ao contrato com a construtora dos edifícios em Ceilândia, entre outros itens. O Conselho do câmpus de Ceilândia está reunido desde às 9h desta quinta-feira (15/9) para discutir as reivindicações dos alunos. A assessoria de imprensa da universidade informou que as conversas devem seguir durante a tarde e as exigências dos estudantes serão discutidas por membros da UnB.

Segundo a aluna de Saúde Coletiva, Juliane Alves, 21 anos, os estudantes exigem também o rompimento de contrato com a empresa responsável pelas obras no câmpus de Ceilândia e a garantia de que ela não participará de um novo processo de licitação. "Queremos, ainda, a conclusão dos prédios, pois hoje há um parcialmente concluído e dois inacabados", disse Juliane.

Alguns alunos da UnB compareceram também a uma audiência pública no Memorial Darcy Ribeiro para tratar do tema corrupção. O encontro aconteceu durante a manhã desta quinta-feira. Durante a conversa, estudantes e políticos começaram a discutir as reivindicações. Segundo a Secretaria de Comunicação da UnB, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) pediu aos estudantes que respeitassem o direito dos parlamentares e convidados de continuarem debatendo o tema da corrupção, mas foi interrompido pelos manifestantes.

Construtora

Em nota, a empresa responsável pelas obras do câmpus da UnB em Ceilândia afirma que "reconhece que há atraso na entrega das obras, iniciadas no fim de 2008, e que deveriam ser entregues em 2009, segundo cláusula contratual em acordo com o Governo do Distrito Federal (GDF), na época da licitação, mas alega diversos motivos sobre os quais não tem ingerência, como inúmeras e constantes alterações dos projetos da obra por parte da UnB, e que justificam o atraso". Entre os argumentos são citados está a Operação Caixa de Pandora - em 2009 e 2010 - que, segundo a empresa, "intensificou os trabalhos de auditorias nas obras públicas do DF e repercutiu na obra do Campus de Ceilândia prejudicando seu andamento ao longo de 2010".

A empresa alega ainda que "a greve dos funcionários da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) no fim de 2010 contribuiu para o atraso", além do "não pagamento da medição dos serviços realizados em junho de 2011, apresentada à fiscalização em 1; de julho e protocolada em 02 de agosto". Outros itens também são apresentados na defesa da construtora.