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Desempenho piora, mas DF mantém 4º lugar no ranking nacional do Enem

O desempenho das escolas da capital federal no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) piorou na última edição do teste. O Ministério da Educação divulgou ontem as médias de cada instituição de ensino que participou da prova e, entre os 20 colégios mais bem colocados do Distrito Federal, 16 tiveram uma nota mais baixa do que a registrada no exame anterior. Ainda assim, Brasília manteve a quarta posição na lista das unidades da Federação com melhor média no Enem. Assim como nos anos anteriores, os estabelecimentos do DF que ocupam o topo do ranking local ainda estão longe da elite brasileira.

A relação foi elaborada pelo Correio, com base nos dados do MEC. A instituição da capital federal com a melhor nota no exame foi o Olimpo, que obteve média de 710,23. Mas a escola, que no Enem de 2009 conquistou a sexta posição na listagem nacional, com 736,33 pontos, caiu para a 35; posição entre as mais bem colocadas do Brasil. Apesar da redução da nota média, o Olimpo ainda é o único colégio do DF entre os 100 melhores do Brasil.

Tradição não é o segredo dessa escola. O Colégio Olimpo chegou em Brasília em 2008, oferecendo cursinho pré-vestibular. O ensino médio começou em 2009 e, já no primeiro ano de participação no exame, foi o primeiro colocado do DF. O sócio-diretor do Olimpo, Dalton Franco, aposta na liberdade de escolha do aluno.

;A gente diz a eles que, se querem passar na USP, na Unicamp, no ITA, na UnB, ou em alguma faculdade do exterior, eles têm capacidade para isso. Nossos alunos não diferem em nada dos de outras escolas. Mas somos francos com eles. Eles têm que saber o que querem e pagar o preço desse sonho com dedicação;, defende. Para ele, o importante é que o estudante queira estar na escola e que a família apoie a decisão, tornado a relação a mais saudável possível.

Para a estudante Ana Laura Zuanazzi, 17 anos, o resultado no Enem não é mera coincidência. ;Ele condiz com a realidade da escola. O que eu acho fascinante é que todos se empenham muito em fazer o melhor. Eles falam que temos que estudar e nos dão condições para isso;, diz. Caio de Freitas, 18 anos, quer estudar no ITA. ;Estou na turma específica para o instituto. O método é ótimo, tem aluno estudando para todo lado, o próprio ambiente incentiva;, lembra.

Depois do Olimpo, aparece o Colégio Galois, que subiu uma posição, apesar da redução da média global. Em terceiro lugar no ranking, aparece o Colégio Batista de Brasília, que fica na 905 Sul. A instituição conseguiu média de 682,76, mas um número pouco expressivo de alunos participou do Enem ; apenas 22,7% dos formandos da escola quiseram fazer o Exame Nacional. Na quarta posição está o Sigma, cuja média no Enem caiu de 701,55 para 681,72.

Críticas
A presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal, Amábile Pácios, não concorda com as comparações entre as escolas, especialmente entre os colégios públicos e particulares. ;Não concordamos com esse ranking. A nota do Enem é usada para avaliar qualidade de ensino, selecionar alunos para universidades e certificar o ensino. Então, o exame não pode ser justo;, critica Amábile.

Ela também não acredita que o fato de as escolas particulares de Brasília não figurarem entre aquelas com melhores notas no país signifique uma grande diferença de qualidade de ensino entre elas. ;Não é possível comparar instituições do Rio e de São Paulo abertas há mais de dois séculos com colégios de Brasília.;

O professor do Departamento de Métodos e Técnicas da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e consultor da Unesco Célio da Cunha acredita que as escolas particulares do Distrito Federal só conseguirão alcançar as mesmas notas dos colégios que estão no topo do ranking com investimentos em bons profissionais. ;As escolas particulares precisam investir na qualificação dos professores. Brasília tem uma oferta muito boa de excelentes profissionais, mas nem sempre eles são recrutados pelos colégios privados;, explica o especialista. ;O DF tem condições de oferecer uma educação de qualidade e estar entre os melhores do Brasil;, finaliza o professor da UnB.

História de sucesso

O Colégio Militar de Brasília, escola pública com melhor nota no Enem no Distrito Federal, tem um longo histórico de sucessos. Para o subdiretor de Ensino da instituição, coronel Samuel Horn Pureza, os resultados são consequência de uma educação mais ampla. ;Não focamos nas avaliações imediatas. O que nos dá reconhecimento nacional é a consistência da nossa proposta pedagógica. Não dá pra formar só no 3; ano. Nós formamos, desde o início, os domínios psico-motores e afetivos. Um aluno crítico que sabe ir atrás dos objetivos;, explica.

O CMB ficou em 16; lugar na lista que une rede pública e privada do DF. Para o coronel Samuel, como a UnB não aderiu ao Enem, o interesse pelo exame cai. Pouco mais da metade dos alunos fizeram a prova. Dos 500 estudantes, 277 participaram do Enem. ;Sem contar os que já passaram em universidades no meio do ano. Nosso resultado poderia ter sido ainda melhor;, defende.

A situação do Centro de Ensino Médio Setor Oeste (Cemso) é mais difícil, o que não impediu a escola de ser a mais bem colocada entre as públicas mantidas pelo GDF pela terceira vez. ;É resultado da nossa proposta pedagógica. Desde a fundação, nós queremos dar condições iguais aos nossos alunos para concorrer com os alunos de escolas particulares;, afirma o diretor do colégio, Augusto de Sousa Neto.

Hallison Phelipe Lopes de Castros, 17 anos, estuda no Cemso desde o 1; ano do ensino médio. ;Na escola, há laboratórios, mas eles não têm professores para dar aula.; Ele sabe que a escola passa por alguns problemas, porém, isso não abalou a confiança da aprovação em alguma universidade federal.


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