O valor da cesta básica no Distrito Federal fechou agosto em R$ 244,24, ou seja R$ 2,35 acima do registrado em julho.
Em relação ao mesmo período de 2010, a variação foi de 14%. Entre os produtos que elevaram os gastos do trabalhador brasiliense estão a manteiga, o açúcar e a carne, como alta de 13,76%, 11,54% e 4%, respectivamente. Em compensação, houve recuo nos custos da batata (29%), do pão (2,89%), e do leite (2,35%).
Desde janeiro, ocorreu uma queda suave dos preços, que foi interrompida em julho, com alta de 0,97%, conforme os dados divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De acordo com o economista da entidade Sérgio Lisboa Santos, o resultado é visto como sinal de estabilidade. ;No segundo semestre de 2010, houve um aumento significativo nos preços que durou até o início deste ano. De lá para cá, o gráfico mostra consecutivas reduções, mas a gente observa mudanças pequenas;, diz.
Clima
Segundo ele, os períodos de chuva e frio intenso ou de seca e sol forte causam danos visíveis ao pasto, que se refletem na pecuária. ;Tudo isso vai provocar variações no preço da carne, que tem uma participação muito marcante na cesta. Houve geada no Sul do país, por exemplo, que prejudicou os produtores. Aqui, no Centro-Oeste, a estiagem tem o mesmo efeito nas criações;, afirma.
Sérgio Santos diz que, daqui em diante, o comportamento dos preços vai refletir as mudanças climáticas e também as relações comerciais do Brasil com os exterior. ;Quando a gente vende menos para fora, a distribuição interna dos produtos cresce e o preço cai;, explica.
Das outras 17 capitais pesquisadas, 10 registraram alta no custo da cesta. O Rio de Janeiro, onde o reajuste foi de 4,82%, Porto Alegre, com aumento de 4,49% e Curitiba, com 2,19% apresentaram as maiores elevações. Fortaleza e Natal lideraram a lista das capitais em que os preços mais caíram, respectivamente, 4,13% e 1,70%.
98 horas de trabalho
O valor da cesta básica (R$ 244,24) representou 48,71% do valor líquido do salário. Esse percentual exigiu do brasiliense, remunerado pelo mínimo, dedicar 98 horas e 36 minutos da jornada mensal para adquirir os 13 itens que orientam a pesquisa do custo de vida.