O Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas lançado nesta quarta-feira (31/8) no Distrito Federal promete combater com maior rigor a droga que atingiu proporções epidêmicas em todo o país. Orçado em R$ 65 milhões a serem gastos em quatro anos, o plano pretende atuar na prevenção ao uso de drogas, recuperação dos usuários e repressão ao tráfico.
O objetivo é oferecer uma alternativa para os usuários de baixa renda que procuram tratamento. ;Nossa preocupação é oferecer a quem não pode pagar o acesso com qualidade ao tratamento;, afirma o governador Agnelo Queiroz. A instalação de cinco Centros de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas (Caps) com funcionamento 24 horas está entre as principais ações do novo plano.
Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas
O lançamento foi marcado pela inauguração do Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas ; Rodoviária (Caps AD III), localizado no antigo Touring de Brasília, em frente ao Conic, o único pronto até o momento. O Caps vai atuar 24 horas e é o primeiro de cinco novos centros prometidos pela nova iniciativa do GDF. Dos 12 Caps existentes atualmente no Distrito Federal, apenas quatro são voltados para o tratamento de álcool e drogas.
O governo pretende que os centros funcionem como mediadores entre usuários e o tratamento. "O Caps será uma unidade para recepcionar os usuários. Um profissional vai examinar e ver qual é o grau de dependência e que tipo de tratamento ele precisa", garante o governador Agnelo Queiroz.
Áreas de risco - detectadas por um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) - terão prioridade na construção dos centros. O Plano Piloto, onde foi inaugurado o primeiro Caps, será seguido por Ceilândia e Taguatinga. Questionado, o governador não soube informar o prazo em que as obras devem ser entregues.
Os Centros de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas (Caps) terão ambulatórios móveis com psicólogos, médicos e agentes sociais. Em uma van, os profissionais irão atender os usuários na rua. Ao todo, 11 consultórios de rua devem ser inaugurados.
Além do treinamento de profissionais e nomeação de dez médicos psiquiatras, o plano deve disponibilizar 250 leitos hospitalares para as comunidades terapêuticas.
Instalação de câmeras de segurança
Para tentar resolver o problema no Plano Piloto, onde crianças podem ser vistas à luz do dia consumindo a droga na área central da capital, câmeras de segurança de alta tecnologia serão adotadas. Inicialmente, 18 delas serão instaladas próximas à Rodoviária do Plano Piloto com o objetivo de facilitar a identificação dos traficantes. O investimento no monitoramento eletrônico é de R$ 700 mil.
Um convênio entre a Polícia Militar do DF e a Polícia Rodoviária Federal vai permitir à corporação distrital que fiscalize as rodovias federais. Um Posto de Fiscalização também deve ser implantado na BR 070.
Prevenção
Entre as ações de prevenção do Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, está o investimento no treinamento e capacitação de profissionais para atuar em escolas públicas e particualres. Atividades já existentes, como o projeto Esporte à Meia-noite e o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) serão intensificados.