O custo para construir um imóvel no Distrito Federal atingiu R$ 868,49 por metro quadrado em julho, valor 4,98% superior ao de igual mês do ano passado. A variação ficou abaixo do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) do período, que subiu 8,36%. Os dados foram divulgados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF) e dizem respeito ao Custo Unitário Básico (CUB) da construção, indicador calculado com base na oscilação de preços dos insumos do setor, incluindo a mão de obra. Para o sindicato, a elevação inferior à inflação é reflexo da desaceleração do mercado de obras.
Na comparação mensal, o CUB subiu 1,06% em julho deste ano frente a junho. No mês em análise, foi apurado que 17 dos 29 materiais e gastos que integram a pesquisa tiveram redução em seus preços, enquanto nove registraram aumento e os demais permaneceram com preços estáveis. Fechadura para porta interna, placa de cerâmica e registro de pressão cromado estão entre os produtos cujos valores recuaram.
Elson Ribeiro e Póvoa, conselheiro do Sinduscon-DF na Federação da Indústria do Distrito Federal (Fibra), considera normais a diminuição do ritmo de crescimento e os preços mais em conta. ;O movimento é de acomodação. O CUB está dentro de uma margem de estabilidade. Apenas em maio deste ano e em julho do ano passado, subiu acima dos 3%, e isso teve relação com a negociação da data-base dos trabalhadores;, comenta.
Elson Póvoa destaca que Brasília tem necessidade de importar a maioria dos insumos usados para construir ; somente o cimento, a areia e a brita são originários do DF ; e que, por isso, as oscilações de seu CUB acompanham a realidade nacional de mercado.
Entretanto, o conselheiro considera negativo o fato de a maior parte das obras públicas no Distrito Federal estar parada. ;O governo está sem licitar nem contratar, tanto o local quanto o federal. Está havendo lentidão na liberação de recursos.
Ele reclama ainda da demora na liberação de projetos, alvarás de construção e habite-se para os empreendimentos privados. ;Começou no ano passado, com a crise política. No início de 2011, a questão se agravou. A demissão de muitas pessoas nas administrações regionais desarticulou tecnicamente os trâmites e isso ainda não foi corrigido. Há casos de pedido de aprovação de projeto esperando há mais de um ano;, afirma