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Polícia pede prisão preventiva de Durval Barbosa

A Polícia Civil do DF pediu à Justiça, na última sexta-feira, a prisão preventiva do delator da Caixa de Pandora, Durval Barbosa, e da mulher dele, Kelly Cristina Melchior. A representação é assinada por Adriana Oliveira, uma das delegadas à frente do inquérito que investiga o casal por suspeita de pedofilia. A autora do pedido de detenção acusa os dois de coagirem testemunhas e obstruírem as apurações da polícia. A delegada também sugeriu a prisão temporária da babá Cleuza Bento Rodrigues, que prestou serviços à família. A representação deve ser analisada e julgada no início desta semana.

Desde fevereiro, tramita inquérito aberto pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) que investiga Durval e Kelly por violência sexual com base em denúncia feita pela empresária Fabiani Christine Silva Barbosa Rodrigues, ex-mulher de Durval. Fabiani sustenta que seu ex-marido e Kelly abusaram de duas crianças.

Em maio, ficou pronto laudo elaborado por psicólogos da 1; Vara da Infância e da Juventude (VIJ) no qual os profissionais confirmam que as vítimas assistiram e participaram de atividades sexuais praticadas por Durval e pela mulher dele. No laudo, há fatos narrados por 21 testemunhas, em 26 depoimentos colhidos pela Justiça, entre os quais os das próprias crianças.

Habeas corpus
Os primeiros depoimentos foram prestados a profissionais do Hospital Universitário de Brasília (HUB). Mas, em seguida, o caso foi encaminhado à Polícia Civil do DF, onde o inquérito foi aberto. Em fevereiro, prevenido de que poderia ter a prisão decretada, Durval chegou a entrar com um pedido de habeas corpus (HC) na Justiça.

A princípio, Durval foi atendido pelo juiz Sebastião Coelho da Silva sob argumento de que deveria ser preservado como importante testemunha da Operação Caixa de Pandora. Mas a liminar foi cassada a pedido do Ministério Público com o fundamento de que o inquérito estava sendo acompanhado por promotores de Justiça, o que eliminava o risco de uma prisão arbitrária. O próprio juiz Sebastião Coelho da Silva foi quem, na época, cassou a liminar, atendendo pedido ao Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (Ncoc) do Ministério Público do DF.

Por meio de advogados e colaboradores, no entanto, Durval se defende dizendo que as acusações foram feitas por vingança pela separação da ex-mulher e por ter tomado a iniciativa de revelar detalhes de esquema de corrupção no DF.