A reitoria da Universidade de Brasília (UnB) anunciou ontem a mudança do modelo de contratação para a administração do Restaurante Universitário, fechado desde a última segunda-feira, após o vencimento do contrato com a empresa Monte Sinai. Embora tenha manifestado interesse, dia 11 último, em renovar o contrato, a prestadora de serviço não enviou as planilhas de custo do contrato, o que levou à suspensão de um novo acordo. ;Para evitar novos transtornos, a partir de agora, nós vamos fazer a contratação por serviços e não mais por mão de obra. Teremos uma empresa especializada no ramo da alimentação;, disse o decano de assuntos comunitários do Departamento de Administração, Eduardo Raupp, ao Correio.
O decano reconheceu que o modelo de contratação antigo se mostrou ineficiente. ;Tínhamos um fornecimento de mão de obra muito problemático. Não é a primeira vez que temos irregularidades no pagamento. Agora, vamos fazer uma contratação especializada de serviço de alimentação para que não tenhamos mais essa série de transtornos, como a de agora;, destacou. A mudança ainda não tem data para ocorrer, mas, de imediato, o Decanato de Gestão de Pessoas tenta firmar um contrato emergencial com outras empresas. O setor encaminhou um termo de referência para quatro delas que demonstraram interesse, Termina hoje o prazo de 72 horas dado pela UnB para a entrega das propostas pelas empresas. Enquanto a situação não é resolvida, mais de 4 mil estudantes não têm onde fazer as refeições a preços que caibam no bolso.
Empregos
Os 140 funcionários vinculados à Monte Sinai, que representam 70% dos auxiliares de cozinha ;, estão de mãos atadas. Eles não foram desligados da empresa, mas não estão seguros quanto à vaga. Segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação UnB (Sintfub), Mauro Mendes, os trabalhadores vão esperar até o próximo dia 20 para entrar ou não com representação no Ministério Público do Trabalho contra a empresa. ;É nesse dia que a folha de ponto é fechada. Tentamos entrar em contato com os dirigentes da empresa, mas eles nem atenderam o telefone. Se não derem nenhum aviso, satisfação ou não pagarem nossos direitos, vamos procurar a Justiça;, avisou Mauro Mendes. Ontem o trabalhadores fizeram uma manifestação diante do restaurante.
Segundo a diretora do Restaurante Universitário, Cristiane Costa, pelo menos esta semana o espaço deverá permanecer fechado. Em relação aos funcionários da Monte Sinai, a intenção é de que eles sejam aproveitados pela empresa que venha a ser contratada. ;A UnB não pode contratá-los diretamente. As empresas têm interesse em absorvê-los, mas, para isso, eles têm que estar desligados da Monte Sinai. O problema é que eles não estão demitidos da empresa e também não há contrato com a universidade;, explicou Cristiane.
Sem muita opção, os estudantes têm procurado alternativas para resolver o problema da alimentação. A estudante do 2; período de serviço social Marina de Miranda, 18 anos, e a colega Carolina Lins, da mesma idade, sentaram-se à porta do restaurante para comer almoço trazido de casa e um hambúrguer, respectivamente. ;Se formos em um restaurante eu gasto no mínimo R$ 10 e não dá para pagar tudo isso. Para a gente que estuda, paga xerox, compra livros é complicado;, disse Carolina.
A despesa com alimentação no restaurante da UnB cabe dentro do orçamento da maioria dos estudantes. Uma refeição custa R$ 2,50 para os alunos, e R$ 5 para os visitantes. Os estagiários ou pessoas de baixa renda pagam R$ 2. Os estudantes carentes desembolsam apenas R$ 0,50 por refeição.