A jovem flagrada no último dia 6 revelou aos policiais que ganha a vida levando e trazendo drogas para vários lugares do Brasil e do mundo, e disse ser ;traficante independente;. Segundo cálculo feito por ela mesma, a carga de maconha renderia um lucro de R$ 25 mil. A mulher comprou o entorpecente por R$ 8 mil. ;Ela trocou R$ 25 mil por uma pena que pode chegar a 15 anos;, comparou o chefe da delegacia.
[FOTO1]Os estrangeiros respondem por mais de 80% das mulas detidas pela PF no Aeroporto de Brasília. A abertura de mais sete linhas internacionais em pouco mais de um ano ; antes eram apenas três ; contribuiu para o incremento das estatísticas de tráfico no local. Para driblar os olhares atentos dos agentes da PF, uma francesa de 19 anos tentou, no início do ano, levar para sua terra natal 3,1 kg de cocaína misturados à maquiagem. A jovem carregava em duas malas rosas cerca de 100 estojos de pintura de rosto recheados com o narcótico.
A fiscalização rigorosa assustou até um passageiro comum que carregava 24 tabletes de rapadura na bagagem, que muito se parece com maconha prensada. ;O aparelho de raios-X do aeroporto identificou a presença de grande quantidade de substância orgânica na mala desse rapaz, mas realmente se tratava apenas de rapadura. Ele ficou um pouco assustado, mas acabou apoiando nossa ação;, conta o delegado.
Sabão em pó e camisas
Datas festivas no Brasil fazem com que a vigilância no aeroporto seja redobrada. Em 26 de fevereiro deste ano, um empresário falido de 35 anos foi preso com 20 mil comprimidos de ecstasy ; uma das drogas mais caras, consumida principalmente por jovens das classes A e B em festas badaladas. As balas, como as pastilhas são popularmente conhecidas, abasteceriam o carnaval de Belo Horizonte. O empresário transportava os comprimidos em caixas de sabão em pó. Essa foi a maior apreensão da droga da história de Brasília e a segunda maior do país. ;É um rapaz que não tinha antecedentes criminais. Estava em situação financeira difícil e ganharia R$ 1 mil pelo serviço;, disse o delegado chefe da PF no aeroporto.
O mais recente plano desmascarado pela PF impressionou pela ousadia e precisão de quem preparou o transporte da droga. Um holandês de 36 anos engomou mais de 3 kg de cocaína em camisetas brancas que seriam despachadas a Bruxelas, na Bélgica. Ele estava em um voo com origem no Peru e fez escala em Brasília, quando a farsa foi descoberta. A olho nu, as roupas não aparentavam nada de estranho, mas os policiais federais perceberam que o peso da mala não correspondia ao da mercadoria.