O Conselho Federal de Medicina (CFM) lançou nesta quarta-feira (10/8), em Brasília, um protocolo de assistência integral aos usuários e dependentes de crack. O documento, intitulado Diretrizes Gerais Médicas, define conceitos sobre uso de drogas, assim como aspectos gerais e específicos para o tratamento. As diretrizes foram formuladas por especialistas, pesquisadores e representantes da comissão de Ações Sociais do Conselho.
De acordo com o membro da Comissão de Assuntos Sociais do Conselho, Ricardo Paiva, o protocolo de assistência ao usuário de crak, será enviado para instituições que executam ações em saúde, como ministérios, secretárias (estaduais e municipais) e para os sindicatos e conselhos de médicos do país. ;Em síntese, as Diretrizes servem de guia para capacitar médicos, especialmente do Sistema Único de Saúde, e para o atendimento de usuários de crack;, explica Paiva.
O documento indica, por exemplo, o encaminhamento que deve ser dado aos usuários de drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com referência, entre outros recursos, à estrutura de urgências e emergências, de consultórios de rua e de albergues terapêuticos.
Além das diretrizes médicas, o Conselho também apresentou propostas para assistência do usuário de crack. Estruturadas sobre três eixos (policial, saúde e social), essas recomendações indicam ações que podem auxiliar na redução do consumo dessa droga.
Uma pesquisa do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), realizada em 2010, indica que 0,7% da população brasileira de 12 a 65 anos já usou crack pelo menos uma vez na vida. O Ministério da Saúde estima que atualmente existam 600 mil usuários de crack no país.