Dores e tonturas ainda impedem que o nutricionista Bruno Marcelino, espancado próximo ao Bar do Calaf na noite do último domingo, saia de casa. O jovem de 26 anos não prestou depoimento na Polícia Civil por causa das lesões. As declarações do rapaz e do proprietário do bar seriam colhidas na tarde de ontem, mas acabaram adiadas. Com isso, a polícia deve indiciar os agressores apenas na próxima semana. Até agora, 13 pessoas foram ouvidas, entre elas, cinco seguranças que estavam no bar na hora do espancamento. Até a noite de ontem, os vigilantes não tinham comparecido à Polícia Federal para apresentar os registros profissionais.
Para exercer a profissão, os vigilantes precisam ser cadastrados na PF. As polícias Civil e Federal, porém, ainda não têm informações se os seguranças que teriam participado do espancamento possuem o registro. ;Ainda não sabemos, pois eles não se apresentaram aqui na PF. Caso não tenham, eles vão responder por exercício ilegal da profissão, e o bar vai ser multado em até R$ 5 mil;, afirma o delegado federal Flávio Maltez Coca.
Segundo Coca, um representante legal do bar esteve na PF, na noite da última terça-feira. ;Ele nos apresentou uma petição para justificar o ocorrido, na qual afirma que as agressões começaram por parte do Bruno. Agora, vamos chamar os vigilantes para prestar conta do fato;, explicou. O delegado informou que, se for comprovada a participação dos seguranças no espancamento, eles podem perder a carteira profissional.
Nota do bar
Uma nota divulgada à imprensa pelo proprietário do bar, Venceslau Calaf, indica que ;o rapaz fugiu, sendo alcançado pelo segurança já no estacionamento, onde agrediu nosso funcionário que, infelizmente, revidou. E, com essa atitude, perdemos a razão;. O comunicado afirma também que, na comanda de consumo de Bruno Marcelino, constavam ;12 doses de cachaça de alambique (o equivalente a uma garrafa), uma cerveja e uma água;.
A família do nutricionista contesta a nota. ;Meu irmão foi encontrado caído em um local distante da entrada do bar. É difícil acreditar que ele começou a agredir o segurança e, de repente, apareceu do outro lado do lugar;, informou Gustavo Marcelino. Sobre o consumo de cachaça, Gustavo explicou que o grupo de amigos e familiares que estava no Calaf era composto por cerca de 10 pessoas. ;Algumas comandas não tinham consumo. Como que uma pessoa ingere uma garrafa de cachaça e ainda consegue correr de um local e pular uma grade?;, contestou.