A construtora JCGontijo anunciou que vai investir R$ 200 milhões para implodir o Hotel das Nações e o Alvorada Hotel, no Setor Hoteleiro Sul, e construir no lugar dois prédios de luxo, com 15 andares cada. No último dia 6, o Correio adiantou detalhes da negociação, mas apenas ontem a empresa se pronunciou oficialmente.
Para conseguir fechar o acordo com a família antiga proprietária dos dois empreendimentos, foram nove meses de negociação. O contrato foi firmado em junho e o valor total da compra ainda é mantido em sigilo. No lugar do Hotel das Nações, erguido em 1965, e do Alvorada, construído cinco anos depois, o projeto prevê uma estrutura toda em vidro, a criação de dois níveis de subsolo para garagem, além da modernização dos sistemas de refrigeração e comunicação, como acesso à internet.
Antes de sair do papel, no entanto, é preciso que o Governo do Distrito Federal (GDF) analise a proposta e conceda o novo alvará de funcionamento. A permissão para pôr abaixo as atuais edificações também é aguardada com ansiedade pelos empresários. Até o momento, eles temem que os trâmites burocráticos atrasem o andamento da obra. ;Conseguimos entregar tudo em 18 meses. Dentro do padrão de qualidade internacional e a tempo de receber a Copa das Confederações, em 2013;, garante Rodrigo Nogueira, sócio-diretor da construtora.
A companhia também focou o apelo à necessidade de Brasília dispor de leitos modernos para acolher os visitantes no período da Copa do Mundo, em 2014. Aproveitou a coletiva de imprensa para pedir o apoio do coordenador do Mundial no Distrito Federal, Sergio Graça. O apelo foi bem recebido e Graça se comprometeu a interceder pela empresa e tentar apressar o processo de aprovação do projeto. ;No que depender da gente, faremos tudo para agilizar, com transparência. Nosso interesse é de que isso ande, não que fique engavetado;, diz.
A previsão é de que, após a obra, o número de quartos, por hotel, aumente de 130 para 270. Todas as unidades serão colocadas à venda. Os novos proprietários terão de aceitar participar de um pool ; sistema de administração hoteleira em que uma empresa ou operadora é contratada para ser a responsável pela locação dos flats. Apesar de haver uma taxa mensal sobre o serviço, a firma se encarrega de ratear os lucros, gerados a partir das hospedagens, entre todos os clientes, ainda que não haja ocupação. Os valores para a compra de apartamentos e a tarifa prevista para as diárias ainda não foram divulgados.
Expansão do SHN é barrada
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística (Prourb), conseguiu paralisar o licenciamento ambiental visando à criação da expansão do Setor Hoteleiro Norte. Com a decisão da 1; Turma Cível do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios, a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) não poderá criar ou registrar unidade imobiliária na Quadra 901 do Setor de Grandes Áreas Norte (SGAN) nem transferir, licitar ou expedir alvarás de construção até o julgamento do agravo de instrumento.
Para o MPDFT, a eventual implantação da expansão do Setor Hoteleiro Norte, além de não estar prevista em nenhuma legislação, foi planejada pela Terracap, que, por ser empresa imobiliária, está impedida de exercer a atividade de planejamento urbano, papel da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Sedhab). Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Terracap informou que não havia ninguém no momento que pudesse falar sobre o assunto.