Jornal Correio Braziliense

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Sociedade de angiologia alerta para cuidados com o pé diabético

Brasilienses que aproveitaram o dia de hoje (10) para praticar exercícios físicos no Parque da Cidade puderam também saber como está a taxa de açúcar no sangue. A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) reuniu profissionais de saúde para medir a glicemia (quantidade de açúcar no sangue), aferir a pressão arterial e fazer exames do fundo de olho e dos pés de quem passou pelo parque.

A ideia é alertar a população para o risco de amputação de pernas, pés ou dedos por causa da falta de cuidados com o diabetes. Em 2009, foram feitas 40 mil cirurgias de amputação de membros inferiores no Brasil, sendo que 90% delas em decorrência de complicações da doença, segundo o presidente da SBACV, Guilherme Pitta.

Para Pitta, o alto número de cirurgias é resultado da falta de uma política nacional para cuidados do pé diabético. ;Não tem programa de atenção ao pé diabético. O paciente não recebe o cuidado na atenção básica e acaba indo direto para a amputação;, disse o presidente, que pretende apresentar projetos sobre o tema ao Ministério da Saúde e aos governos estaduais.

Os principais sintomas do pé diabético são dores nas pernas, feridas que não cicatrizam, insensibilidade, dormência e os pés ficam inchados, ressecados e azulados.

O presidente da entidade no Distrito Federal, Samuel Mathias, lembra que grande parte das pessoas não sabe que tem diabetes e só descobre quando a doença já está avançada. Segundo ele, o diagnóstico precoce e o tratamento reduzem em até 35% as chances de o paciente ter de amputar o pé ou um dedo. ;Quando chega ao hospital, a pessoa já tem tem um problema renal ou feridas nos pés;, explicou.

Pela primeira vez, a estudante Cleiamar Pereira fez o exame de glicemia. ;Vou tentar fazer os outros exames oferecidos;, disse ao vistar uma das tendas montadas pelo mutirão. Já a aposentada Mere Castro, que tem diabetes há 15 anos, contou que não descuida do controle da doença. ;Tomo todos os cuidados.;

Para quem tem pé diabético, os médicos recomendam evitar colocá-los de molho para não rachar ou ressecar, não andar descalço ou remover calos ou verrugas sem supervisão de um médico.

O mutirão Do Olho ao Pé, promovido pela sociedade médica, já passou por sete estados, entre eles, Rio de Janeiro, Amapá e Alagoas.