postado em 25/06/2011 15:22

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria do Meio Ambiente, técnicos do Ibram constituíram um grupo de trabalho com o propósito de fazer um estudo aprofundado sobre o tema. Foram analisados, entre outros pontos do documento, o controle ambiental e o plano de recuperação de áreas degradadas. Houve também uma avaliação específica sobre a compensação ambiental que deve ser feita pelas empresas que pretendem investir na região.
Uma das imposições feitas pelo órgão ambiental é a instalação dos parques Sucupira e do Bosque, que hoje existem apenas no papel, uma vez que não há infraestrutura nem equipamentos públicos no local. A construção de uma ciclovia de 20km no Sudoeste também está prevista. Segundo informou a assessoria, todos os problemas ambientais foram sanados, não há nenhuma restrição para a realização obra.
A decisão do Ibram, no entanto, está sendo criticada por alguns moradores da região contrários à Quadra 500. O projeto prevê a construção de 22 prédios residenciais e seis comerciais, que devem ser erguidos em um terreno localizado entre os parques do Sucupira e o do Bosque, para acomodar cerca de 40 mil pessoas.
O entendimento do grupo é que o empreendimento desrespeita a escala monumental do tombamento de Brasília e o projeto original do Sudoeste.
Agressão
Segundo o presidente da Associação Parque Ecológico das Sucupiras (Apes), Fernando Lopes, a implantação da quadra não condiz com a concepção de planejamento do bairro exposto pelo arquiteto e urbanista Lucio Costa no documento Brasília revisitada, de 1987, em que pedia respeito às quatro escalas utilizadas na concepção da cidade.
;A Quadra 500 irá agredir os aspectos urbanísticos e ambientais da área, já saturada pelo fluxo de trânsito, o adensamento populacional e a depreciação do Cerrado;, argumenta. Além disso, Lopes apresentou uma liminar concedida pela juíza substituta da Vara de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF Thereza Karina de Figueiredo Barbosa, em janeiro de 2010, que proíbe construção na área sob a alegação de que o empreendimento pode causar risco ao tombamento da capital.
Representante da Federação de Entidades em Defesa do Distrito Federal, a arquiteta e urbanista Tânia Batella afirmou que a planta original do Sudoeste, ferramenta que define o que pode ser objeto de ocupação do bairro, foi adulterada. ;A planta que o governo está usando não é a que estava anexa ao Brasília revisitada;, garante, em referência ao documento apresentado por Lucio Costa, em 1987. Outro ponto controverso, de acordo com ela, é a não realização do estudo de impacto de vizinhança para mensurar o impacto do empreendimento na região.
;Eu questiono os documentos que dão viabilidade à Quadra 500. É preciso saber se, na licença, tem algum condicionante. Se tem, é porque o empreendimento não viável;, observa, destacando que, com a obra, haverá aumento no consumo de água e na produção de lixo e esgoto do bairro. ;Está se colocando em risco a qualidade de vida de toda a população que legalmente mora no DF;, disse.