Quatro mil pessoas confirmaram presença na Marcha das Vadias por meio de redes sociais. A manifestação para combater qualquer forma de discriminação e estereótipo ocorre hoje, a partir do meio-dia na praça em frente ao Conjunto Nacional. Um grupo de meninas da capital federal organiza a marcha para defender a liberdade da mulher para que ela possa se vestir, andar e agir como quiser, além de combater a violência sexual. ;Queremos acabar com essa ideia de que ou somos santas ou prostitutas. Não somos isso nem aquilo, somos livre;, defendeu uma das organizadoras, Lígia*.
[SAIBAMAIS]O movimento surgiu no Canadá como forma de protesto a um policial, que orientou as mulheres a não se vestirem como ;vadias; para evitar o estupro. A iniciativa se espalhou por diversos países. No Brasil, também ganhou adeptos. O manifesto em diversas cidades quer mostrar que a mulher tem liberdade de se vestir como quiser sem ser rotulada. ;Mas a marcha vai além da vestimenta. Envolve questões maiores como a repreensão à sexualidade feminina e a opressão masculina;, explicou a estudante Joana*. ;Queremos questionar por que as mulheres são desqualificadas. Recusamos rótulos e estereótipos. Somos todas mulheres e merecemos respeito;, disse.
Na internet
A ideia de realizar a Marcha das Vadias em Brasília surgiu na internet. Algumas meninas engajadas na luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres começaram a conversar pelas redes sociais e se organizaram em prol da causa. O trote do curso de agronomia da Universidade de Brasília (UnB) no qual as calouras tiveram que lamber uma linguiça lambuzada com leite condensado, no ano passado, a discriminação sofrida por Geysi Arruda ao aparecer na faculdade com um vestido curto e decotado, em São Paulo, e piadas de humoristas amplamente divulgadas levaram as jovens a comprar essa briga. Para Lígia*, a mulher tem a liberdade de se vestir como quiser e a roupa não definirá quem a pessoa é.
Marcha das Vadias
Quando: Hoje, a partir das 12h
Local: na praça em frente ao Conjunto Nacional
* Nomes fictícios a pedidos dos entrevistados