Um sargento da Força Nacional de Segurança do Ministério da Justiça foi baleado durante um roubo, na última segunda-feira, e corre risco de ficar tetraplégico. O policial militar é do Mato Grosso e não estava armado no momento do crime. Ele foi abordado por volta das 23h, quando chegava em casa, na 2; Avenida do Núcleo Bandeirante. O sargento foi alvejado na coluna quando desceu do carro, um Astra de cor prata, e depois foi obrigado a seguir com os criminosos no banco traseiro do veículo, até ser abandonado em uma rua próxima ao Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).
Carlos Alberto Albués Petronilio, 34 anos, foi jogado no meio-fio e os criminosos fugiram no carro. Uma testemunha viu a ação e acionou a polícia e o Corpo de Bombeiros. A Polícia Civil investiga o crime, mas até o fechamento desta edição, nenhum suspeito havia sido identificado. O Astra também não foi localizado. Segundo a titular da 11; Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante), Selma Carmona, os detalhes do crime ainda não foram totalmente esclarecidos, já que a vítima continua internada. ;Fomos até o hospital pegar o depoimento dele, mas por estar debilitado, ainda não conseguimos muitas informações;, informou a delegada.
Em depoimento, o sargento teria contado aos policiais que deixou um amigo em casa, em Santa Maria, e depois dirigiu-se para sua casa, onde foi surpreendido por dois assaltantes, que seguiram com ele no banco traseiro. Um terceiro criminoso teria assumido a direção do carro. ;O Carlos Alberto falou aos criminosos que era policial, mas não era de Brasília, e pediu que não o matassem, pois ele tem um filho para criar;, revelou Carmona.
Testemunha
Uma vendedora de 25 anos presenciou dois dos criminosos jogando o sargento, ;de qualquer jeito;, próximo ao HRSM. ;Ela viu a ação e encontrou o policial caído no meio-fio. Apesar de estar consciente, ele não mexia os membros superiores e os inferiores;, apontou a delegada. Em depoimento, a testemunha contou que o policial militar, ao ser abandonado na pista, gritou por ajuda e informou que sentia dores no ombro, além de não conseguir se mover (veja fac-símile).
Carlos Alberto recebeu atendimento no HRSM, mas depois foi encaminhado ao Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). De lá, foi transferido para um hospital particular no fim da Asa Sul, onde segue internado. Segundo funcionários da unidade, o militar sofreu lesões nas vértebras C1, C5 e C6, e corre risco de ficar tetraplégico. Porém, até o fechamento desta edição, ele ainda era submetido a vários exames. Os familiares do sargento moram no Mato Grosso e não haviam sido localizados até a noite de ontem. Mas, segundo policiais civis, eles já estariam vindo a Brasília.
De acordo com a delegada Selma Carmona, o militar estaria cedido à Força Nacional e morava no Núcleo Bandeirante com um amigo havia cerca de duas semanas. O inspetor da Força Nacional, coronel Edson Costa, afirmou que o sargento faz parte do efetivo, mas não estaria trabalhando no Entorno. A reportagem do Correio tentou entrar em contato com o Ministério da Justiça, mas as ligações não foram atendidas.
Até a noite de ontem, cerca de quatro testemunhas haviam sido ouvidas pelos investigadores da 11; DP. ;Ouvimos amigos da vítima e a vendedora que presenciou parte da ação dos criminosos. Vamos trabalhar para localizar e prender os assaltantes o mais rápido possível;, garantiu a delegada. Quando presos, os criminosos devem ser autuados por tentativa de latrocínio (roubo com morte), com restrição de liberdade da vítima e concurso de duas ou mais pessoas.
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