Jornal Correio Braziliense

Cidades

Emprego formal no DF cresce 6,8% em abril

A formalização está em alta no Distrito Federal. É o que revela a Pesquisa Emprego e Desemprego no DF (PED-DF) relativa a abril. O levantamento mostrou que no mês passado as contratações sob o regime da carteira assinada ultrapassaram em 32 mil pessoas o número de celetistas existentes em igual período de 2010. O aumento no contingente foi de 472 mil para 504 mil pessoas, acréscimo de 6,8%. Na comparação mensal, o emprego formal também cresceu, com criação de 2 mil vagas frente a março, o que significa um incremento de 0,4% frente àquele mês. A PED-DF é realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Companhia de Desenvolvimento do Distrito Federal (Codeplan), que passou a integrar a equipe de estudo em março deste ano.

Levando-se em conta todas as variáveis que influem no resultado da PED ; além das contratações formais, a pesquisa engloba assalariados que trabalham sem carteira e autônomos ; o saldo da ocupação em abril deste ano frente ao mesmo mês de 2010 ficou em 10 mil vagas extras, um crescimento modesto de 0,8%. O dado cheio confirma que há um movimento de formalização, uma vez que foram suprimidos mil postos sem carteira e o número de autônomos caiu em 27 mil nos últimos 12 meses. Excluídas essas duas outras formas de inserção no mercado, quase todos os novos contratos firmados no DF entre patrões e empregados foram formais. A taxa de desemprego caiu de 14,2% para 13,6% neste intervalo de tempo.

Apesar dos dados positivos na comparação anual, a taxa de desemprego passou de 13,4% para 13,6% entre março e abril deste ano, quando 5 mil pessoas engrossaram o contingente de desesocupados. Clóvis Scherer, supervisor do escritório do Dieese no DF, afirma que o comportamento é típico desta época do ano. ;É a sazonalidade. Com a retomada da ocupação na construção civil, no comércio e na administração pública, a taxa de desemprego deve normalizar-se e voltar a cair;, declarou.

Scherer destacou que a construção e o comércio costumam sofrer baixas na ocupação no início de ano. A construção, em razão das chuvas; e o comércio, devido ao fim do aquecimento causado pela virada de ano. A administração pública passou por uma renovação dos quadros, nos âmbitos distrital e federal.

O economista Júlio Miragaya, diretor de Gestão de Informações da Codeplan, avalia que, além das chuvas de início de ano, a crise política instaurada no DF em 2010 paralisou boa parte das obras públicas. Assim, a construção civil, que teve retração de 4 mil postos na comparação com abril do ano passado, frente a março de 2011 deu sinais de recuperação, criando 3 mil vagas. A administração pública também ganhou impulso, com 2 mil vagas adicionais no quarto mês do ano face ao terceiro. A ocupação no comércio foi a única a prosseguir em baixa na comparação mensal, com decréscimo de 2 mil postos (veja quadro).

Oportunidades
O operador de caixa Guilherme Souza Ribeiro, 18 anos, é um beneficiados pela criação de postos formais registrados pela PED. A boa maré lhe rendeu dois empregos em menos de um ano. Há oito meses, o jovem conseguiu o primeiro emprego com carteira assinada em um supermercado. Há cerca de um mês, achou que fosse ser obrigado a voltar para Goiânia, sua cidade de origem, em razão de um problema familiar e pediu demissão. No entanto, acabou ficando e foi em busca de outra ocupação. Acaba de ser contratado por uma padaria em caráter de experiência. ;Ainda bem que não passei muito tempo desempregado. Acho que devo meu emprego primeiro à oportunidade, pois o mercado podia estar ruim, e em segundo lugar ao fato de eu ter um pouco de experiência;, comenta

Além da evolução do emprego, a PED, realizada no DF e em mais seis regiões, mede o rendimento médio real dos trabalhadores. Na capital federal, a renda dos ocupados, que em março deste ano ficou em R$ 2.003, cresceu 1,3% na comparação com março de 2010, mas caiu 2,6% frente a fevereiro deste ano.

Perfil do mercado
Em 14 e 15 de julho, a Companhia de Desenvolvimento do Distrito Federal (Codeplan), em parceria com a Secretaria de Trabalho, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Conselho Regional de Economia (Corecon) realizará o seminário Perfil do mercado de trabalho no Distrito Federal e sua região metropolitana. A intenção é, a partir de dados sobre a dinâmica dos empregos no DF, discutir políticas públicas para incentivar a criação de vagas. Entidades patronais e sindicatos serão chamados a participar dos dois dias de debate. O evento deve ser realizado no auditório da Procuradoria-Geral do DF.

Índices
Taxa de desemprego
Abril de 2010 - 14,2%
Março de 2011 - 13,4%
Abril de 2011 - 13,6%