A polícia investiga uma suposta tentativa de sequestro relâmpago praticada contra uma empresária, de 34 anos, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). A mulher, que preferiu não se identificar, fazia um retorno na altura da Quadra 2, onde acabou fechada por dois homens em um Uno vermelho. Enquanto um bandido ficou ao volante, o outro desceu rapidamente e ordenou que ela baixasse o vidro e abrisse a porta. Ela não obedeceu aos criminosos e escapou pelo lado do passageiro. Na fuga, machucou o joelho ao cair no asfalto e gritar por socorro. O ladrão quebrou o vidro do lado do motorista com uma chave de fenda e sumiu com o Clio preto da vítima.
O crime ocorreu por volta das 10h. Motoristas e frentistas de um posto de gasolina das proximidades do local da abordagem testemunharam o ataque. Contaram que, antes de deixar o local, um dos assaltantes ainda tentou ir atrás da empresária. ;Ele deu a volta no carro para ir atrás dela, mas desistiu;, contou uma lavadora de carros, de 28 anos. Quem viu a cena de longe, pensou que se tratava de uma briga de trânsito ou de um desentendimento entre marido e mulher. Ninguém anotou a placa do carro dos ladrões. A empresária contou ao Correio que fugiu ao se assustar com o ataque (leia depoimento).
Roubo
O caso é investigado pela 3; Delegacia de Polícia, no Cruzeiro. Por enquanto, a ocorrência é tratada pela polícia como um roubo, mas os investigadores pedirão as filmagens do posto de combustível para tentar identificar os dois bandidos e a placa do Uno usado por eles. Segundo testemunhas, ambos estavam bem-vestidos. O homem que desceu do carro vestia camisa social azul e calça preta.
Os investigadores avaliam ainda se há relação entre o crime ocorrido no SIG e o arrombamento de uma Pajero no estacionamento externo do Terraço Shopping, no Cruzeiro, por volta das 9h. O dono do veículo, o auditor do Tribunal de Contas do DF Adauto Cardoso, 49 anos, encontrou o vidro da caminhonete quebrado ao retornar de um laboratório. ;Uma pessoa disse que dois homens em um Fiat Uno vermelho saíram correndo quando ela se aproximou. Para mim, eles queriam levar o aparelho GPS (do carro);, supôs a vítima.
O delegado-chefe da 3; DP, Onofre de Moraes, preferiu não comentar uma possível conexão entre as duas histórias. ;Por enquanto, se trata de um roubo;, limitou-se a dizer. A vítima e as testemunhas serão intimadas para prestarem depoimento. Até o fechamento desta edição, a polícia não tinha suspeitos ou encontrado o carro roubado da empresária.
Testemunho
"Acho que fiz certo"
;Parei o carro no retorno para poder entrar na outra via quando o carro me fechou. Um homem desceu e começou a gritar: ;Abre a porta, abre a porta!’ Não sei se eles queriam me sequestrar ou me roubar. Ainda bati o meu carro no deles para tentar fugir, mas não teve jeito. Eu não vi arma, mas vi que ele estava com uma chave de fenda na mão. Resolvi fugir pela porta do passageiro. Nem lembro como eu tirei o cinto. Ouvi o barulho dele quebrando o vidro do lado do motorista e só pensei em continuar me arrastando para não ser levada. Ele saiu dirigindo o meu carro e pegou outro retorno em direção ao SIG. Acho que outro homem que estava no Uno não foi na mesma direção. Meu sentimento é de alívio de saber que não estou na mão dos bandidos. Nessas horas, a gente nunca sabe qual vai ser a nossa reação, mas acho que fiz certo de me jogar no chão.;
Empresária, vítima de assalto no SIG ontem pela manhã