A paralisação na oferta de serviços públicos é outro motivo que tira o bom humor dos moradores do DF. As vítimas da vez são os alunos de autoescola, que ainda não sabem quando poderão retomar as aulas de direção, suspensas desde a última sexta-feira por causa da greve dos instrutores. No último sábado, 1,5 mil pessoas foram prejudicadas. O exame não aconteceu por causa da pressão dos trabalhadores.
Entre os prejudicados, está a auxiliar administrativa Areta Medeiros, 27 anos. Ela pagou 8 aulas práticas alem das 20 obrigatórias para chegar à prova preparada. ;Eu paguei aulas extras, mas, até remarcarem a meu exame, vou chegar despreparada, com perigo de reprovar;, reclama.
A maioria das empresas desmarcou as aulas práticas durante a semana, já que um acordo com os donos das empresas parece distante. Segundo o Detran, as autoescolas terão que arcar com a taxa de R$ 31 para realizar um novo exame prático. ;Nós disponibilizamos examinadores e funcionários, se não aconteceu, foi por culpa da intransigência dos dois sindicatos, que não chegam a um acordo;, afirma o diretor-geral, José Alves Bezerra.
Nas escolas públicas, outra greve atrapalha a vida de 560 mil alunos e suas famílias. Há mais de uma semana, os serviços dos auxiliares em educação ; responsáveis pela merenda, limpeza e administração das unidades de ensino ; estão comprometidos. Muito estabelecimentos optaram por terminar as aulas duas horas mais cedo por não terem como fornecer alimentos às crianças, causando transtorno aos pais. Muitos precisam sair do trabalho para buscar os filhos.
Mas a situação deve melhorar a partir de hoje. O sindicato da categoria afirma que vai cumprir decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios exigindo que 50% dos profissionais permaneçam em atividade. No entendimento do tribunal, os serviços são indispensáveis para o bom funcionamento das escolas. Ontem, o GDF cancelou a reunião com a categoria para avaliar novas propostas até quinta-feira, quando está marcada nova assembleia dos auxiliares.
Aeroporto
Transtornos diários
Viajar de avião não raras vezes tem sido motivo de dor de cabeça. Cancelamentos de voo, atrasos superiores a uma hora, extravio de malas e overbooking estão na lista dos transtornos mais comuns sofridos pelos passageiros. Protestar, porém, nem sempre surte o efeito esperado e o estresse pode ser ainda maior. A reclamação mais recente no terminal internacional Juscelino Kubitschek é a demora da Polícia Federal (PF) na conferência dos dados dos passageiros no desembarque internacional. A falta de profissionais para atender a demanda pode ser a causa da lentidão.
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou, no fim da tarde de ontem, que o problema é de responsabilidade da PF, mas a reportagem não teve retorno do órgão. Segundo a Infraero, no primeiro trimestre de 2011, 44.126 passageiros oriundos de voos internacionais desembarcaram no aeroporto de Brasília.
Entre os problemas mais comuns está o atraso para decolar. O servidor público Gelson Luz Heck, 46 anos, evita perder a paciência quando passa por esse transtorno. ;A gente sempre tem compromisso e não dá para atrasar. Acho que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deveria cobrar mais pontualidade das empresas aéreas;, defende.
Gelson também já teve malas quebradas. ;Elas chegam com as rodinhas e a alça danificadas. Na semana passada, fiquei observando como os funcionários manipulam nossa bagagem e concluí que é um verdadeiro lançamento de peso. Não tem como a mala não quebrar. A gente faz o possível para não se irritar, mas não tem jeito;, protesta. ;Sempre que viajo, o atraso é de, pelo menos, meia hora.;
O diplomata José Alves, 51 anos, faz coro. ;A infraestrutura do aeroporto é muito ruim. Ele é muito pequeno para tanta gente", disse. Os atrasos também incomodam, tornaram-se comuns.