Jornal Correio Braziliense

Cidades

Acúmulo de denúncias contra Leonardo Bandarra e Deborah Guerner

Leonardo Bandarra e Deborah Guerner respondem em duas esferas às acusações de participação em esquema de corrupção investigado pela Operação Caixa de Pandora. No CNMP, a discussão é relacionada à atuação funcional dos dois promotores e pode levar a uma pena administrativa. O relator do processo administrativo disciplinar, conselheiro Luiz Moreira, apresentou relatório e voto na sessão de 6 de abril, quando defendeu a demissão de Bandarra e de Deborah por vazamento de informações da Operação Megabyte em troca de dinheiro e tentativa de extorsão ao ex-governador José Roberto Arruda.

Moreira defendeu também a suspensão de Bandarra pelo período de 90 dias por ter interferido há dois anos no trabalho do colega Mauro Faria de Lima na fase em que ele se preparava para apresentar denúncia na Justiça contra o então comandante-geral da Polícia Militar do DF, Antônio Cerqueira, por peculato. O relator também sugeriu a suspensão por 60 dias de Bandarra e Deborah por conta de um suposto pedido a Durval Barbosa para que contratasse hackers com o objetivo de retirar da internet um comentário publicado em um blog considerado ofensivo aos dois promotores. A sessão foi suspensa com pedido de vista do conselheiro Achiles Siquara, que deve levar um novo relatório nesta terça-feira.

Na esfera criminal, Bandarra é alvo de três denúncias ajuizadas pelos procuradores regionais da República Ronaldo Albo e Alexandre Espinosa. Ele é acusado de advocacia administrativa, concussão, formação de quadrilha e vazamento de informações sigilosas. Uma das denúncias, a de advocacia administrativa, foi recebida pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1; Região. As outras duas deverão ser analisadas na sessão do Conselho Especial do TRF na próxima quinta-feira. Se o julgamento for suspenso, a pedido de Deborah Guerner, o caso só voltará a plenário em junho.

Deborah Guerner responde a duas denúncias com Bandarra, as relacionadas à extorsão e ao vazamento de informações da Operação Megabyte para o principal investigado, Durval Barbosa, em troca de dinheiro. A promotora também é alvo de ação penal por fraude processual, formação de quadrilha e falsidade ideológica, com o marido, Jorge Guerner, e o psiquiatra Luis Altenfelder, o que motivou a decretação da prisão preventiva do casal. Nesse caso, a ação ainda está na fase de defesa prévia. Altenfelder, que mora em São Paulo, ainda não foi notificado.

O procurador regional da República Ronaldo Albo também apura suposto envolvimento de Bandarra e Deborah em crimes de corrupção e tráfico de influência relacionados a contratos de coleta de lixo no Distrito Federal. Quatro inquéritos em curso tratam do assunto. (AMC)