Jornal Correio Braziliense

Cidades

Roupas encarecem em função da chegada da coleção outono-inverno

Comprar roupas ficou mais dispendioso em abril. No último mês, os gastos com vestuário cresceram 2,77%, em função da chegada definitiva das coleções de outono e inverno às lojas. Com a mudança de clima, muita gente precisará fazer acréscimos ao guarda-roupa. Gastar mais é inevitável, já que o momento não é de promoções. Entretanto, a atenção a alguns detalhes pode evitar desembolsar além do que é necessário.

[SAIBAMAIS];Vale a pena a pessoa fazer uma revisão no guarda-roupa. Roupas de inverno ficam ensacadas, fora da visão. Então, é bom conferir o que ainda dá para usar da estação passada;, sugere o economista André Braz, da FGV. A dica, afirma ele, é investir nas estampas e cores da leva atual de roupas, e reaproveitar as peças que são atemporais. ;Fazer pesquisa de preços e procurar na concorrência, que pode oferecer uma ou outra promoção, também é uma boa pedida;, destaca André Braz.

A estudante Fernanda Jardim de Souza, 18 anos, nunca deixa de percorrer as lojas em busca de novidades quando há mudança de estação. Entretanto, ela tem sempre em mente as peças que já possui no armário. ;Casaco preto, vestido preto, blusa de manga comprida branca, são coisas que eu já tenho e vou aproveitar no inverno;, comenta.

Nas araras dos comerciantes, Fernanda está de olho nas estampas de onça, no xadrez e na cor marrom, que darão o tom do inverno de 2011. ;Quero novidades;, conta a estudante, que faz pesquisa de preços em blogs sobre moda na internet.

PÃO FRANCÊS

Quem aprecia o alimento no café da manhã deve aproveitar enquanto pode. O pãozinho teve queda de 1,24% em abril, apesar de o trigo estar mais caro no mercado internacional. ;É alguma acomodação no mercado interno;, diz o economista André Braz. Em março, o pão francês havia registrado leve alta, da ordem de 0,22%.

TELEFONIA MÓVEL

As operadoras de celular possivelmente estão investindo em planos e promoções. Em março, o custo das ligações originárias de telefones móveis havia subido 2,95%. No último mês, o aumento foi menor: 1,85%. ;Serviços cujos preços não são tabelados oscilam ao sabor das estratégias das empresas e comportamento dos consumidores;, diz André Braz.

CARNE SUÍNA

Os preços das carnes são correlacionados. Em geral, quando o preço da carne bovina sobe, o consumidor migra para a de frango, peixe ou porco. Assim, a demanda por esses alimentos cresce e o preço, idem. A procura pelas carnes alternativas recua, e o preço delas também cai. Foi o que ocorreu em abril. A carne de porco teve queda significativa de 3,54%.

Vilões
ÁLCOOL: O álcool é o vilão da vez, já que vem sendo apontado como o responsável pela disparada da gasolina. O derivado da cana-de-açúcar havia cravado alta de 5,66%, em março. Em abril, o movimento inflacionário aprofundou-se, e o produto teve reajuste de 14,63%. Ainda é incerto se haverá normalização dos preços em um futuro próximo.


EMPREGADA DOMÉSTICA: Contratar os serviços de um empregado doméstico encareceu este ano. Em março, o salário subiu 1,04%. Em abril, nova alta de 1,26%. A correção do salário mínimo pode estar influindo no acerto de contas. O reajuste da remuneração das funcionárias não tem data certa para ocorrer, podendo depender de um entendimento informal com os contratantes.

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GASOLINA: A alta da gasolina vem sendo puxada em todo o país pela pouca disponibilidade e alto preço do álcool anidro, que entra em sua composição a um percentual de 25%. Apesar de a entressafra da cana-de-açúcar já ter terminado, o produto continua caro. Em abril, a gasolina subiu 2,64% segundo o IPC-S. No mês de março, já havia aumentado 1,21%.

Mocinhos
PASSAGEM AÉREA: A baixa temporada fez com que viajar de avião ficasse mais barato. Em março, os tíquetes subiram 1,52%, em razão do carnaval, que em 2011 atipicamente não foi celebrado em fevereiro. Em abril, mesmo com a semana santa, a tarifa aérea caiu 4,65%. O economista André Braz, da FGV, destaca que as famílias já desembolsaram muito com viagens no ano e que a Páscoa não é um feriado tão popular.

PICANHA: O corte nobre da carne bovina, que havia subido 4,45% em março, caiu 7,65% em abril. O movimento faz parte da devolução dos aumentos sofridos pela carne em 2010. No ano passado, o inverno rigoroso afetou as pastagens, restringindo a quantidade de gado adequado ao abate. Além disso, o Brasil exportou muita carne, o que reduziu a disponibilidade interna.

TOMATE: O tomate foi o produto que mais influenciou a queda no preço da cesta básica na maioria das capitais brasileiras em abril. Com o fim do período das chuvas, a oferta do produto aumentou e os preços despencaram nas gôndolas dos supermercados. Após uma alta de 0,96% em março, o vegetal teve um recuo de 16,47% em abril.