O Tribunal do Júri de Formosa condenou, nesta sexta-feira (29/4), dois dos acusados pela morte do fazendeiro José Eduardo Ferreira. O crime, cometido em março de 2009, é atribuído a um grupo de extermínio, formado por policiais goianos, com atuação no Entorno do Distrito Federal.
Apontado como autor do assassinato, João Batista Brandão recebeu pena de 17 anos e 8 meses de prisão -- 16 anos por homicídio qualificado e 1 ano e 8 meses por ocultação de cadáver. Já América Cristina Gontijo de Sousa, acusada de servir como "isca" na emboscada que capturou a vítima, foi condenada a oito anos por homicídio qualificado, em regime semi-aberto.
A juíza Marina Cardoso Buchdid, responsável pela sentença, determinou que Brandão continue preso, mesmo que haja recurso. Os quatro policiais militares supostamente envolvidos no caso ainda não tiveram o julgamento marcado. Eles estão afastados de suas funções e já foram indiciados pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO).
Corpo foi encontrado após seis meses
José Eduardo Ferreira desapareceu em março de 2009, mas o corpo só foi encontrado em setembro, em um poço abandonado num terreno baldio de Formosa (GO). O local da "desova" foi indicado por João Batista, que confessou o sequestro do fazendeiro.
Os quatro PMs suspeitos de envolvimento no caso foram presos em março de 2010, em casa ou no 16; Batalhão da Polícia Militar de Goiás. A investigação aponta Wilson Lopes de Ataíde como mandante do crime. O policial teria contratado um pistoleiro para executar José Eduardo, após ser agredido com um tapa no rosto enquanto negociava um terreno com o fazendeiro.