Os líderes dos blocos partidários da Câmara Legislativa decidem hoje qual Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) será tirada da gaveta. Os deputados terão que escolher entre a CPI do Pró-DF, a da Saúde e do DFTrans. Uma reunião marcada para as 14h30 discutirá o assunto. Preocupado com o resultado do encontro, o presidente da Casa, Patrício (PT), afirmou que não há condições estruturais e administrativas para conduzir, ao mesmo tempo, o trabalho de três CPIs. ;Já vi a Câmara patinar com uma, imagina três. Não adianta fazer CPI para acabar em pizza;, alega.
Na primeira quinzena de fevereiro deste ano, distritais assinaram requerimentos para investigar irregularidades nas secretarias de Desenvolvimento Econômico, Saúde e Transporte, mas isso não significa garantia de apuração. Para uma CPI ser instaurada, de fato, o pedido de criação precisa ser publicado no Diário da Câmara Legislativa, prerrogativa exclusiva da Presidência da Câmara, que deu início ao processo nas duas últimas semanas.
Após pressão dos colegas parlamentares, os requerimentos das CPIs do Pró-DF e da Saúde ; que investigará, entre outros temas, a terceirização dos serviços do Hospital Regional de Santa Maria ; foram oficializados. Hoje, será a vez do pedido de investigação do DFTrans. O próximo passo será abrir prazo de cinco dias para escolha dos integrantes de cada comissão. Os blocos partidários são os responsáveis por indicar os nomes. Os escolhidos terão a tarefa de eleger o presidente e o relator do caso. O rito regimental da CPI do Pró-DF está mais adiantado porque ela foi a primeira a ser apresentada. Até a próxima sexta-feira, os deputados têm que definir os integrantes. Caso isso não ocorra, o presidente da Câmara pode fazê-lo.
Para que três CPIs funcionem na Casa, é preciso que a última seja aprovada em plenário. A conversa de hoje vai apontar qual tema será prioritário para o Poder Legislativo. ;A Câmara tem condições de abrir uma ou duas investigações. Depois da crise da Caixa de Pandora, não dá para fazer o mesmo que fizeram na CPI da Codeplan;, lembra. O relatório da CPI que investigou denúncias de corrupção nas gestões de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda até hoje não foi publicado. ;Tem muita gente aqui que faz discurso pela abertura das comissões mas no governo Arruda pediu para arquivar o processo. Eu não tenho nenhum problema em investigar, não tenho telhado de vidro;, alfinetou Patrício.