Confira alguns dos esquemas descobertos:
Convênio para contratar servidores deficientes
Entre 2007 e setembro de 2010, vigorou contrato entre a autarquia e o Centro de Assistência Social às Pessoas Portadoras de Deficiências do DF, que tinha como objeto intermediar a contratação de pessoas com necessidades especiais para trabalhar no DFTrans. Mas as investigações internas mostraram que os servidores não apresentavam necessidades especiais, eram fantasmas e alguns tinham parentesco com os próprios ex-gestores do órgão. Em um dos casos mais flagrantes da fraude, a sindicância reúne sete depósitos de R$ 3,5 mil, valor médio, feitos em favor de Vera Maria Pozza Urnau. Ela é mãe de Júlio Urnau, que era o secretário adjunto da Secretaria de Transportes.
; Valor do desviado apurado: R$ 2,93 milhões
Compra de móveis
Em 2009, o DFTrans comprou móveis pelo dobro do valor que poderia ter pago, se usasse o menor orçamento. Mas esse não foi critério da autarquia quando contratou a Giom Comércio e Representações de Móveis. A escolha se deu, segundo aponta sindicância interna, por interesse do ex-diretor técnico do DFTrans Cristiano Dalton Mendes Tavares junto à Giom. A empresa vendia móveis da marca Marelli, representada pelo pai de Cristiano, Eurides Pereira Tavares.
A quantidade dos itens (1.380) foi considerada um exagero e os valores até seis vezes o praticados no mercado.
; Valor do desvio apurado: R$ 1,36 milhão
Serviço de guinchos
Ex-diretor operacional do órgão, Themistocles Eleutério é investigado no processo que apura os termos do negócio mantido entre o DFTrans e a empresa Auto Assistência Araújo e Silva. O convênio tinha como objeto a prestação de serviços de guincho para a remoção de vans que faziam transporte pirata na cidade. O contrato se dava por meio do pagamento de diárias de R$ 600 a R$ 900. A fatura integral era contabilizada mesmo que o tempo demandado para o reboque fosse mínimo. Apurou-se que a operação era flagrantemente favorável ao fornecedor, uma vez que nos demais convênios o acerto de contas se dá por meio do cálculo da quilometragem percorrida e
do tempo de serviço demandado.
; Valor do desvio apurado: R$ 1,1 milhão
Contratos de informática
Contrato de R$ 21 milhões DFTrans com a VoxTec Engenharia também está sob suspeição. A empresa faz parte de um consórcio formado pela Minauro Informática Ltda. e a JFM Informática Ltda. Apontado como um dos operadores do esquema de corrupção revelado pela Caixa de Pandora, o policial civil aposentado Marcelo Toledo tem 33% da VoxTec Engenharia. O contrato entre o consórcio que contempla a firma de Marcelo Toledo com o DFTrans é assinado pelo ex-diretor-geral do DFTrans Paulo Henrique Munhoz da Rocha. Assim como Toledo, Paulo Henrique é personagem de um dos vídeos entregues pelo delator Durval Barbosa ao Ministério Público. A comissão de sindicância do DFTrans apura indícios de direcionamento e superfaturamento no contrato.
; Valor do desvio apurado: ainda sob investigação