Grupo de estudantes do Centro Educacional 4 do Guará protagonizaram cenas de vandalismo e de violência na entrada do turno da tarde. Alguns deles atiraram bombinhas em lixeiras e quebraram janelas a pedradas. Ao serem advertidos por funcionários e pela Polícia Militar, agrediram policiais e destruíram o vidro do carro de um dos professores. O colégio acabou fechado por cerca de 30 minutos. Por medida de segurança, a coordenação resolveu suspender as aulas até quarta-feira. Os 26 alunos envolvidos no ataque foram identificados e serão transferidos de instituição. A direção do centro de ensino informou que os atos de violência ocorrem a partir do remanejamento de alunos de outras cidades, além da diferença de idade entre os estudantes ; eles têm entre 12 e 18 anos.
Desde o início do ano letivo, muitos alunos do Centro Educacional 4 se sentem intimidados em ambiente escolar. Presenciam agressões dentro dos ônibus escolares e nas salas de aula. Contam que é comum assistir a outros colegas quebrando as janelas do colégio, fumando cigarros e agredindo verbalmente professores e funcionários.
Um adolescente testemunhou o vandalismo. ;Estávamos chegando à escola quando, de repente, alguém soltou uma bombinha e, logo em seguida, vi várias pedras sendo atiradas contra o centro educacional. Fiquei assustado e esperando para ver o que ia acontecer. Quando vi que a porta da escola estava aberta, resolvi sair correndo para casa;, disse o estudante do 9; ano, que não quis se identificar. Ele revelou que não é a primeira vez que presencia esse tipo de violência. ;Tenho visto essas atitudes de vandalismo desde que começaram as aulas. Minha sala, por exemplo, é uma das mais prejudicadas. As janelas estão todas quebradas;, acrescentou.
A chefe do Núcleo Pedagógico da Regional de Ensino, Adriane Leal, disse que o problema é antigo. ;Tal fato se explica pela transferência dos alunos de outras escolas para o Guará. Ficamos com uma demanda muito grande, sem contar que houve uma mistura de faixa etária. Temos alunos matriculados de 12 anos com outros de 18. E eles chegam juntos no ônibus escolar. Ficamos com aproximadamente 95% das matrículas tomadas devido às transferências;, explicou.
O coordenador da Moura Transportes, que presta serviço ao Governo do Distrito Federal (GDF), contou que os motoristas também são ameaçados pelos estudantes. ;Quando os veículos passam pela Estrutural, principalmente pelas quadras 12 e 17 para pegar os alunos, muitos deles não são da escola, mas estão com a blusa do colégio. Fica difícil monitorar a entrada deles nos ônibus, sem contar que, quando se trata desse caso, eles ameaçam as monitoras e os motoristas. Elas ficam com medo e acabam deixando os indivíduos embarcarem;, revelou.
Medidas
A secretária de Educação, Regina Vinhaes Gracindo, avaliou que os atos praticados são reflexos do problema social que existe em todo o país. ;A secretaria não medirá esforços para reverter esse quadro por meio de projetos de reinserção social;, destacou. Segundo o diretor da Regional de Ensino do Guará, José Antônio Messias, os 26 alunos identificados como autores das agressões serão transferidos para escolas do Guará, do Cruzeiro e da Estrutural. Messias adiantou que projetos educativos serão desenvolvidos na unidade para que o problema não volte a ocorrer.