Jornal Correio Braziliense

Cidades

Presidente da CLDF decide publicar requerimento para investigar o DFTrans


Diante das pressões, o presidente da Câmara Legislativa, deputado Patrício (PT), mandará publicar, ainda esta semana, os requerimentos das três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) pedidas, até agora, pelos colegas: a do Pró-DF, a da Saúde e a do DFTrans. Ontem, em discurso mais ameno do que o da semana passada, o petista ressaltou que nunca foi contra nenhuma investigação na Casa, mas que a decisão precisa ser tomada em conjunto com os líderes dos blocos partidários da Casa, porque há uma fila de CPIs que precisa ser respeitada. ;Vai haver CPI, mas vai ocorrer no momento certo. Não é a vontade de um deputado que decide isso e, sim, os líderes;, afirmou.

Hoje sairá no Diário da Câmara a publicação do requerimento da CPI do Pró-DF, a primeira a receber assinaturas de apoio dos distritais. As outras duas devem ser desengavetadas até o fim da semana. A ordem cronológica da apresentação dos pedidos de CPIs será respeitada, mas isso não significa que influenciará a preferência da investigação. Uma reunião do Colégio de Líderes, marcada para a próxima terça-feira por Patrício, tratará do assunto. Segundo o presidente, o encontro de hoje dos deputados será focado na discussão sobre o Plano Diretor de Transporte Urbano e Metropolitano do DF (PDTU). ;Amanhã (hoje), a gente tem que votar o PDTU, é isso que o deputado tem que estar preocupado. Não podemos contaminar o processo. Se a Câmara não aprovar o plano, não quer ajudar a melhorar a vida do cidadão;, ressaltou.

Na quinta-feira passada, Patrício disse que não abriria a CPI do DFTrans para ;acabar em pizza ou ser holofote de deputado;. Ontem, ele negou que tivesse voltando atrás da decisão. ;Não recuo e não recuei. Nunca disse que era contra a CPI. Mas não adianta abrir CPI e não produzir resultados à sociedade. Acaba causando mais descrédito (da Casa);, afirmou. ;Sou coerente e honesto com que digo, não faço demagogia. Abrir CPI na semana santa vai resultar em alguma coisa?;, questionou.

O presidente da Câmara adiantou que pedirá à Secretaria de Transparência cópia da sindicância no DFTrans à qual o Correio teve acesso. ;As informações divulgadas vão servir de base para a Comissão;, disse, citando que a Casa poderá pedir quebras de sigilos bancários, fiscais e telefônicos, além de convidar antigos gestores a prestar depoimento.

Bancada
Na tarde de ontem, deputados do bloco PT-PRB reuniram-se para definir uma posição sobre a CPI do DFTrans. Estiveram presentes o líder do grupo e autor principal do requerimento de criação da CPI, Chico Vigilante, o líder de governo na Câmara, Wasny de Roure, além dos deputados Chico Leite, Rejane Pitanga ; os quatro do PT ; e Evandro Garla (PRB). Patrício não compareceu à reunião porque foi a uma formatura do Corpo de Bombeiros fora da Câmara.

Vigilante e Wasny disseram que defenderiam a abertura da CPI do DFTrans na reunião do Colégio de Líderes e se lançaram como presidente e vice-presidente da Comissão, respectivamente. Mas a regra prevê que a composição de uma CPI depende da indicação dos blocos partidários, e em seguida de uma votação entre os próprios integrantes. Chico Leite reiterou o discurso pró-abertura da CPI. ;Tudo tem que ser investigado, mas o bloco vai defender que a primeira a sair da fila seja a do DFTrans;, afirmou.

Para não atrapalhar os trabalhos da Câmara, os deputados sugeriram que as audiências para tratar do assunto ocorram às segundas e às sextas-feiras, dias que não têm sessão plenária. Wasny lembrou que um dos papéis do parlamentar é o de fiscalizar o Poder Executivo. ;Temos que construir as condições políticas para que a Câmara possa fazer a CPI. Se não fizer isso a tempo, é uma legitimação do problema;, disse.


Pressa
O governo tem pressa em aprovar o projeto na Casa. Quer assegurar que o Distrito Federal conte com recurso do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade para financiar obras como a expansão do metrô, a implantação do Veículo Leve sobre Pneus (VLP), a construção de corredores exclusivos para ônibus e a criação de um sistema de integração do transporte entre DF com o Entorno. A União vai disponibilizar R$ 2,4 bilhões para projetos no setor e, para contar com essa verba, a unidade da Federação precisa aprovar o PDTU.