O Governo do Distrito Federal (GDF) iniciou negociações com o Ministério da Educação (MEC) para a construção de pelo menos 15 escolas técnicas e centros de ensino médio integrados, que, além do ensino regular, oferecerão a educação profissional para a rede distrital. Na última quinta-feira, o governador Agnelo Queiroz reuniu-se com a secretária de Educação do DF, Regina Vinhaes, para tratar desse assunto. Parte das escolas vai integrar o Instituto Federal de Brasília (IFB), no qual serão construídos oito polos, incluindo prédios para cinco dessas escolas que estão em funcionamento em unidades provisórias.
Segundo a secretária, o acordo de cooperação com o MEC será assinado na próxima terça-feira, no Palácio do Buriti. Apesar de confirmar o encontro entre o governador do DF e o ministro da Educação, Fernando Haddad, para a data, a assessoria do MEC não informou se o tema está na pauta.
O governador, que já havia procurado Haddad, pretende expandir a rede distrital de ensino profissional, que hoje se concentra na Escola Técnica de Brasília, e colaborar nas demandas da rede federal com a doação de terrenos, como já ocorre em outros estados. A ideia é que as obras recebam investimento de R$ 250 milhões, como resultado da parceria entre GDF e MEC. Parte desse recurso (R$ 200 milhões) seria destinada às obras e R$ 50 milhões à compra de equipamentos. O MEC entraria com a maior parcela desse montante, mas as porcentagens ainda não estariam definidas. O ministério, entretanto, ainda não oficializou nenhum valor para financiar a rede da Secretaria de Educação. ;Só falta formalizar. Os centros de ensino médio vão ser feitos no Itapoã, na Estrutural e no Condomínio Sol Nascente, ou seja, em regiões com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). As escolas técnicas vão para Paranoá, Brazlândia e Cidade Digital;, detalha a secretária Regina Vinhaes. Ela afirma ainda que espera que as aulas possam começar no próximo ano.
No caso do IFB, presente no Distrito Federal desde 2009, apenas Planaltina tem prédio próprio, mas este, construído em 1959, entra na conta das obras, pois precisa de reformas complexas. Há também câmpus em Taguatinga, em Samambaia, no Gama e no Plano Piloto que funcionam atualmente em prédios alugados ou emprestados. O IFB deve chegar ainda ao Riacho Fundo e a São Sebastião. No Plano Piloto, as obras estão avançadas, assim como em Taguatinga, que terá dois prédios. A expectativa é que sejam entregues ainda no primeiro semestre deste ano. No Gama e em Samambaia, a previsão é de que os prédios fiquem prontos até o fim deste ano. O restante ainda não começou a ser construído.
Ampliação
;Estamos discutindo algumas extensões para atingir ainda mais pessoas. Se conseguirmos chegar a Sobradinho, Ceilândia e Santa Maria, vamos totalizar 11 escolas. Vamos tentar viabilizar os terrenos para as obras. Não queremos nada ilegal, mas precisamos de celeridade nas obras, caso contrário não tem nem como pedir dinheiro para o governo federal;, diz o reitor do IFB, Wilson Conciani, sobre as reuniões desta semana. O IFB tinha, em 2009, 350 alunos. Já neste ano, o reitor espera alcançar 5 mil. Segundo ele, com as 11 escolas em pleno funcionamento, o instituto pode chegar a 12 mil alunos por ano. ;Não é possível ter desenvolvimento sustentável se não houver educação de qualidade nos diversos níveis. Ampliando a educação técnica e profissional, toda a sociedade ganha até na qualidade dos serviços prestados.;
Colaborou Rayanne Portugal
Oportunidades de aperfeiçoamento
Os institutos federais (IFs)foram concebidos com o objetivo de ir além no ensino técnico, oferecendo cursos superiores na área de tecnologia e licenciaturas em diversas áreas, sobretudo para garantir a formação de novos professores. O ingresso é aberto a alunos de qualquer estado. Isso porque, hoje, 37 dos 38 IFs aproveitam o desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como critério de seleção. Na última edição do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), 16 instituições destinaram 100% das vagas a alunos que fizeram o Enem.