O temporal que caiu nesse domingo (10/4) no Distrito Federal assustou os brasilienses. Os alagamentos, as pistas molhadas e as árvores caídas sobre as vias deixaram o trânsito confuso em vários pontos, principalmente na Asa Norte, em Taguatinga, em Vicente Pires e em Ceilândia. O Corpo de Bombeiros não registrou ocorrências com feridos, mas vários carros estragaram ou pifaram e pequenas colisões aconteceram por causa da chuva. Árvores caíram sobre veículos na Asa Norte durante o temporal na hora do almoço e moradores contabilizavam os prejuízos.
A família da funcionária pública Marli do Vale, de 45 anos, viu da janela do apartamento na 411 Norte o carro ser atingido por uma árvore. ;As árvores balançavam muito, quando vimos uma delas estava caindo sobre o nosso carro;, disse. O marido de Marli, Claúdio Santana, de 45 anos, sugeriu então que a esposa e as duas filhas saíssem da janela porque uma árvore poderia atingi-las. ;Corremos para o banheiro e ficamos por lá;, contou Marli.
Na mesma quadra, uma árvore em frente o Bloco K destruiu três carros e outra estragou o para-choque e os espelhos de um Fiat Uno. ;Eu coloco o carro embaixo da árvore para proteger a pintura do sol, aí uma árvore cai em cima dele;, desabafou o funcionário público João Khouri, de 52 anos. O Renault Sandero da fisioterapeuta Catarina Piccolo, de 26 anos, teve os vidros quebrados, o teto e as portas empenadas por causa do tombamento da árvore. ;Minha mãe me disse que uma árvore tinha caído na lateral do prédio. Pensei logo no meu carro.;
A situação também se complicou no fim da W3 Norte, na pista entre os hipermercados Extra e Carrefour, no Setor Terminal Norte. Vários carros ficaram boiando na área alagada. ;Eu moro aqui perto, achei que dava para passar. O carro começou a patinar e rodou. Quando eu parei, começou a entrar água e eu não consegui abrir a porta. Tive que sair pela janela;, relatou, ainda trêmula, Regina Costa, 60 anos, moradora da 316 Norte, enquanto tentava contato com parentes e com a seguradora. Outro carro que vinha atrás quase se chocou com o Gol prata da aposentada. ;A água veio até a minha cintura, eu achei que ia morrer afogada;, completou ela, com as roupas ainda molhadas.
;Na hora que eu entrei na poça, a água subiu. O motor parou e precisaram me empurrar;, afirmou Alberto Nazaré, 71 anos, morador do Guará I, que também passava pelo local. A esposa dele, bastante aflita, precisou ser levada embora pelo genro. A estudante Larissa Ravália, 18 anos, conseguiu a habilitação recentemente e ficou presa no alagamento após cair em um buraco. ;A água estava na altura do banco. Ela e a irmã estavam dentro do carro pedindo socorro. Moramos perto e viemos ajudá-las;, diz a mãe, Rita, enquanto tentava secar o veículo. ;Todas as vezes em que chove é isso. Essa pista está terrível;, reclamou o pai, Edson Vieira.