A juíza da 7; Vara Criminal de Brasília ouviu, nesta quinta-feira (31/3), uma sobrevivente do naufrágio, que ocorreu no Lago Paranoá em maio de 2010. O réu, dono do barco, e uma testemunha de defesa do homem, também foram ouvidos. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) insistiu para que a sobrevivente fosse ouvida.
A sobrevivente, Rita de Cássia Queiroz de Lira, 26 anos, era irmã das duas jovens que morreram no acidente. Ela relatou o caso e disse que não foi passada nenhuma instrução quanto a salvamento em caso de acidente nem coletes salva-vidas. Segundo ela, o acusado havia lhe dito, que estava bebendo desde cedo. Rita afirmou ainda que depois do acidente parou de trabalhar e estudar, devido a seu estado emocional e se mudou para a zona rural de Luziânia, na região de Corumbá.
Depois do depoimento da sobrevivente, foi ouvido um mecânico, trazido como testemunha pela defesa do réu. Ele afirmou que só olhou o barco após o acidente e percebeu que a peça do eixo da hélice estava com defeito, uma folga que permite a entrada de água no casco do barco. O dono da lancha, afirmou que foi uma fatalidade. Ele disse que não se preocupou com o número excessivo de pessoas no barco, pois já havia passeado com quantidade de pessoas acima do permitido e nada tinha acontecido.
A audiência desta quinta-feira encerrou a fase de instrução do processo. Antes da sentença, a defesa ainda pode apresentar alegações finais.
O acidente
[SAIBAMAIS]A lancha naufragou na madrugada do dia 22 de maio de 2010, por volta das 3h30, entre a QL 15 e a Ponte JK, no Lago Paranoá. Entre as 11 pessoas que estavam na embarcação, seis foram levadas para o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) e um homem, Hugo Antunes de Oliveira, chegou ao hotel Alvorada nadando. Duas irmãs, Juliana e Liliane, ficaram desaparecidas por três dias, quando os bombeiros encontraram os corpos das jovens, no Lago Paranoá.