Jornal Correio Braziliense

Cidades

Falta de efetivo e de estrutura deixa torres de vigilância da Papuda vazias

Nem todas as torres de observação do Complexo Penitenciário da Papuda, em São Sebastião, costumam ser ocupadas por policiais militares, responsáveis pela vigilância do espaço. O fato tem duas justificativas, segundo membros da corporação: falta de efetivo e problemas estruturais nos postos de vigilância. O subsecretário do Sistema Penitenciário do DF (Sesipe), André Victor do Espírito Santo, admite o problema, mas diz que não tem conhecimento de queixas por parte da PM.

Atualmente, a PM é responsável por 20 dessas guaritas da unidade prisional: 10 no perímetro das penitenciárias do Distrito Federal 1 e 2 (PDF 1 e PDF 2) e 10 no Centro de Internamento e Reeducação (CIR). Ainda segundo informações da Sesipe, na madrugada de domingo, quando seis presos fugiram da ala de segurança máxima, apenas uma das quatro torres instaladas ao longo da PDF 2 tinha vigilante.

Falta de iluminação, ausência de instalações hidráulicas adequadas e infiltrações foram alguns dos problemas listados pelo comandante interino do 19; Batalhão da Polícia Militar ; localizado dentro do complexo ;, major Wellington Alberto Silva Mendes. Segundo ele, metade dos postos sob responsabilidade dos militares precisam de manutenção. ;O ideal seria ocupar todos, mas não temos condições;, afirmou. ;De toda forma, hoje temos 250 policiais, para todo o complexo, fazendo vigilância, rondas e patrulhamento com viaturas e motos;, acrescentou.

Postos insalubres
O comando da Polícia Militar do DF foi procurado pela reportagem, mas não quis comentar o assunto. O presidente da Associação dos Oficiais da PMDF (Asof), tenente-coronel Sérgio Luiz Ferreira de Souza, contudo, emitiu nota confirmando os problemas estruturais do complexo carcerário.

Segundo ele, alguns postos são insalubres e desprovidos de equipamentos adequados para observação. O subsecretário do Sistema Penitenciário do DF (Sesipe), André Victor do Espírito Santo, informou que irá apurar o caso: ;Vamos verificar o que se passa com as guaritas, vistoriá-las e reformar as que estão depredadas;.

Os cinco agentes de atividade penitenciária que estavam em serviço quando os seis bandidos fugiram da Papuda foram afastados até a conclusão da sindicância interna e a investigação da 30; DP, em São Sebastião. Os 34 detentos da ala D do bloco F, de onde fugiu o bando, serão ouvidos pela polícia.