Jornal Correio Braziliense

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Deputados se mobilizam para combater preços abusivos dos combustíveis no DF


A frequente alta nos preços dos combustíveis provocou a reação de parlamentares do Distrito Federal. Na noite derça-feira, distritais se reuniram com sindicalistas para planejar um boicote a postos gasolina. Mais cedo deputado distrital Chico Vigilante (PT) e o federal José Antônio Reguffe (PDT) procuraram a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça para cobrar agilidade na investigação sobre uma possível formação de cartel e cobrança de valores abusivos.

O processo teve início em novembro de 2009, quando Reguffe, então deputado distrital, entregou uma representação à secretaria. Hoje, os dois políticos se dirigiram ao Ministério da Justiça para saber o que foi feito de prático até o momento.

De acordo com Reguffe, o processo está em estágio avançado. Ele preferiu não dar detalhes, para não atrapalhar as investigações, mas disse ter saído de lá satisfeito. "O preço dos combustíveis praticados no DF é abusivo. Cabe ao poder público assumir a sua responsabilidade e agir de forma firme e prática para reverter isso", disse deputado.

Reguffe comparou o preço do combustível na capital com o cobrado em cidades vizinhas. Segundo ele, os postos de Goiânia compram gasolina mais cara das distribuidoras e repassam o produto ao consumidor em valor bem abaixo do que é cobrado no DF.

Boicote
O deputado Chico Vigilante e representantes de diversos sindicatos se reuniram no Sindicato dos Bancários, na noite desta quinta-feira, para discutir a suposta cartelização dos postos de combustíveis. Segundo a assessoria de imprensa do parlamentar, o objetivo é propor um movimento organizado de boicote as duas grandes redes de combustíveis, Gasol e Gasoline.

O preço da gasolina e do etanol dispararam neste ano. A gasolina sofreu três aumentos desde o início do ano e já atinge o valor de R$ 2,87 o litro. Já o etanol passa pelo oitavo reajuste e chega a custar R$ 2,84 o litro, quase o mesmo valor da gasolina antes da terceira alta.

Em nota, na semana passada, o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos e de Lubrificantes (Sindcombustíveis) do Distrito Federal lamentou os aumentos e atribuiu a disparada do álcool ao período de entressafra da cana-de-açúcar (matéria prima do etanol). Consequentemente o preço da gasolina, que é acrescida de etanol, também sobe.