Um menino de 5 anos morreu afogado na Chácara dos Coroas, localizada nas proximidades da BR-020, sentido Sobradinho/ Planaltina. Por volta das 13h30, os participantes de um encontro da Igreja de Deus do Brasil terminavam de almoçar quando perceberam que Luik Pereira Ribeiro, havia desaparecido. Todos se dispuseram a procurar e minutos depois um menino de igual idade avistou Luik já morto no fundo da única psicina da chácara, com cerca de 2 metros de profundidade. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado. Os socorristas ainda tentaram reanimar o garoto no local, mas não obtiveram sucesso.
Luik perdeu o pai, em 2007, e a mãe há quinze dias em decorrência de um câncer e estava sendo criado por tios. Antes de ir para o retiro evangélico com a prima Rosane dos Santos Pereira, 34 anos, o menino reclamou. "Ele não queria ir", conta o tio Élcio Luis Ribeiro, 47 anos. Desolado, ele se desesperou ao receber a notícia. "Cheguei na chácara muito nervoso. Não tinha salva-vidas, bombeiro, brigadista, ninguém. Quando se faz um evento grande desses é necessário que haja uma segurança. Essas pessoas alugaram a chácara, mas não tiveram nenhum serviço em troca", lamentou Élcio. Para ele, perder tanta gente da família em tão pouco tempo é desalentador. "Perdi minha cunhada, agora ele", é difícil.
Uma moradora da região, Eliane Soares Martins, 32 anos, confirma o descaso da chácara com os visitantes. "Eles sempre alugam para eventos. Já fui algumas vezes lá com meus dois filhos. Não tem segurança nenhuma. A piscina é funda e eles não têm salva-vidas", relata a auxiliar de serviços gerais. Assim como ela, diversos vizinhos tentavam entender o que aconteceu no local. Enquanto eles esperavam muitas crianças se divertiam ao redor do terreno. Quem jogava futebol no gramado ao lado tinha passagem livre para o estabelecimento, que manteve a porta de proteção da piscina aberta em todo o tempo que a reportagem permaneceu no local.
Segundo o delegado de plantão da 13; DP (Sobradinho), Alexandre Pereira Sales, os participantes do encontro se dispersaram depois do susto com a morte da criança, mas muitos dos presentes serão intimados para depor. Não foi percebido o uso de bebidas alcoólicas no local. "Ainda precisamos apurar se teve negligência ou se foi uma fatalidade. Se for comprovada a morte por afogamento pode gerar um homicídio culposo. Porém, temos que saber que apurar de quem foi a responsabilidade. Afinal, em alguns casos a dor da perda é tão grande que o perdão judicial pode ser concedido", afirma. Se houver o indiciamento por homicídio culposo - sem intenção de matar - a pena é de um a três anos.